Mesmo sem a nova tarifa, usuários já reclamam do serviço

Os rumores de que a tarifa de ônibus em Campo Grande pode aumentar levou a equipe do Jornal Midiamax aos principais afetados: Os passageiros. Mesmo sem a nova tarifa, usuários já reclamam do serviço prestado e suas falhas. Lotação, demora e falta de ar-condicionado em uma cidade que vive com temperaturas acima dos 30ºC, são os principais reclamações.

Muitos passageiros já sabiam dos rumores de possível aumento, conforme divulgado ontem, 21, e dos dez usuários entrevistados, todos declararam ser contra um novo aumento e afirmam que a quantia de R$ 3,55 é muito superior a qualidade do serviço oferecido.

O suposto aumento pode se originar do pagamento do ISSQN (Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza, que desde 2013 não era cobrado dos empresários do transporte em Campo Grande. Com o retorno da cobrança a partir de 1 de abril, as empresas da Jaguar, Viação Cidade Morena, Viação São Francisco e Viação Campo Grande – que compõe o Consórcio Guaicurus -, terão que pagar em torno de R$ 780 mil mensalmente para a Prefeitura de Campo Grande.  

Com a isenção fiscal dos últimos anos, os empresários ‘pouparam’ R$ 40 milhões, montante que deveria ter sido investido no setor – este que é o foco do benefício -, entretanto, o período foi marcado pela escassez de investimentos. Os mais novos carros em circulação são de 2012, e dá nenhum veículo convencional tem sistema de ar. Há no máximo um climatizador, e em alguns veículos eles sequer são ligados.

— Com uma passagem mais cara que R$ 3,55 fica é mais interessante comprar uma moto. Não vou pagar a mais — , afirmou a garçonete Ana Carolina Souza, 18 anos.

— R$ 3,55 não é um valor acessível, isso pra ninguém é. Eu tenho dois filhos e só em um dia gasto R$ 14 com eles— descreveu Enio Garcia, 41 anos, aposentado.

—  Se colocassem mais carros, diminuíssem a superlotação, colocassem ar-condicionado, eu pagaria até R$ 4 —  concordou a serviços gerais Tereza da Silva,  64 anos.

 —  Exploram a necessidade do usuário porque ele não vai ter saída, por isso querem aumentar sem melhorar os ônibus, o atendimento, o serviço — Rodrigo Martins, 36, cozinheiro.

— Acho caro pelo o que nós temos hoje, são ônibus sucateados, mas se os carros fossem bons como os fresquinhos, se não tivessem atrasos, ninguém reclamaria de pagar a mais — sugeriu Nara Santos, 30 anos, atendente

— Eles aumentam tudo, menos a quantidade de ônibus. O serviço não está de acordo, por isso não pode ter aumento  —  concluiu, Kaio Queiroz , 20 anos, estudante.

— Não concordo com aumento. Eles aumentam a passagem, mas não dão conforto. Sempre pego ônibus cheio e sem ar condicionado.  — cobrou Camila Barbosa, 26 anos, enfermeira.

—  Prefiro andar de Uber, mototáxi, vai sair o mesmo preço e vou ter mais conforto. Até a pé é melhor do que usar qualquer ônibus aqui. Sou contra reajuste.  — disse Weslley Rodrigues, 21 anos, operador de limpeza

— Os serviços nunca melhoraram, é sempre atraso, ônibus cheio. Andar na hora do pico é um sufoco, então não é justo uma passagem mais cara que R$ 3,55-, analisou a operadora de máquina Antônia Silva,  60 anos.

— O transporte é até bom, tendo em vista de outras cidades, mas aumentar não. Já chegaram no máximo que o serviço que eles oferecem vale — , opinou Edgar Ferreira, 46 anos, mecânico.