Obra iniciada pela Maçonaria e inacaba há 20 anos está à venda por R$ 7,5 milhões
Projeto era para um prédio de 18 andares com 106 flats
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Projeto era para um prédio de 18 andares com 106 flats
O que era para ser um prédio com 106 flats se tornou em um grande elefante branco criado pela maçonaria, localizado no coração de Campo Grande, na rua 26 de agosto, próximo ao Mercadão Municipal. Após 20 anos de abandono, uma faixa de vende-se passou a estampar a construção inacabada. O novo dono pode adquirir o empreendimento por R$ 7,5 milhões.
O responsável pela propaganda é o advogado e corretor de imóveis João Nicomedes, incumbido de dar andamento ao negócio. O muro que cerca o prédio ainda mantém a pintura ‘Delta Park’, o nome que o empreendimento receberia, mas ao lado de dentro, existe apenas a ‘carcaça’ do que seria um prédio de 18 andares. São 85 espaços construídos, 13 andares e dois subsolos para a garagem, mas não há qualquer tipo de acabamento. O metro quadrado custa R$ 1,2 mil.
Criado pela Loja Maçônica Oriente Maracaju entre os anos de 1995 e 1996 para ser um prédio de 18 andares com 106 flats, exclusivamente aos membros da maçonaria, em forma de cota. O projeto, no entanto, virou um fracasso na região mais movimentada da cidade depois que os sócios deixaram de honrar os pagamentos. A construtora encarregada pela construção ficou sem receber e suspendeu a obra. “Foi uma época difícil e muitos não conseguiram pagar, então o negócio não foi para frente”, lembrou Heitor Freire, 77 anos, um dos fundadores da Academia Maçônica de Letras de Mato Grosso do Sul.
O imbróglio foi parar na Justiça, isso porque os associados exigiam de volta o dinheiro investido e, para quitar as dívidas, o prédio foi vendido a 4 irmãos de São Paulo, empresários do ramo hoteleiro. “Chegaram aqui e se interessaram por fazenda, abandonaram a ideia do prédio e resolveram vender”, resumiu. João jura que o prédio está sem dívidas. A informação é de que um dos donos administra o hotel Indaiá, localizado na Avenida Afonso Pena.
Outros problemas evidenciaram o abandono, como a invasão irregular de moradores de rua. Na década passada os andares abrigaram famílias, mas também virou ponto de venda de drogas, relembra a vizinhança. “Aqui tinha de tudo, a gente espera que terminem a obra. É feio assim”, disse um fretista que trabalha ao lado da obra há mais de 20 anos.
O corretor de imóveis contou que o prédio está à venda há alguns meses e que já recebeu 4 propostas, mas a exigência dos proprietários é que o pagamento seja em dinheiro. “Um dos interessados querem fazer um edifício só para idosos, com lojas e playground, modelo já existente nos Estados Unidos e Europa”, disse.
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