Projeto está orçado em R$ 3,3 milhões 

A não conclusão de obras de drenagem e controle de enchentes é um dos fatores que causaram alagamentos que cobriram boa parte da avenida Gury Marques, na saída para São Paulo, ruas transversais no sentido bairro-centro ontem (19). Em 2014 a Prefeitura de Campo Grande deu início a obra na região para conter os alagamentos, mas nunca terminaram. A época, o projeto foi orçado em R$ 3,3 milhões. 

A obra à margem da avenida, nas imediações do bairro Cidade Morena, conta com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Lagoa, do governo federal, anunciada há 5 anos e iniciada em maio de 2014 como solução para as cheias que há anos causam prejuízos à moradores da região. Mas, a obra pouco caminhou, e logo parou. 

Em 2015, o local passou por uma intervenção de drenagem de águas pluviais, mas ao que tudo indica, sem eficácia. Hoje, o local é uma imensa erosão. São aproximadamente três metros de profundidade e mais de 20 metros de diâmetro, que avança a cada chuva e ameaça destruir a avenida. Enquanto isso, no site do Ministério do Planejamento, o estágio do projeto é “em obras”. 

Em nota, a Seinfra (Secretaria Municipal de Infraestrutura) afirmou que o problema na região – que fica no bairro Cidade morena – “Só será revolvido com a retomada das obras de drenagem e controle de enchentes”.  “A prefeitura está promovendo adequações na planilha de custos, que exigirá desembolso financeiro adicional para dar andamento ao projeto. Emergencialmente, quando as condições permitirem, serão refeitas obras de recomposição do aterro e da tubulação, para evitar que a erosão avance e coloque em risco a pista”, informou. 

Além da carência de projetos contra enchentes, outro fator apontado pelos próprios moradores da região é a falta de limpeza dos bueiros, que poderiam auxiliar no escoamento da água. Informações apuradas pelo Jornal Midiamax são de que esses canais não recebem limpeza há, pelo menos, 6 anos.  

Segundo secretário de obras do município, Rudi Fiorese, os alagamentos nesta região ocorreram devido ao excesso de chuvas nesta madrugada, e não apenas pela falta de planos para evitar alagamentos, mas concordou com que a falta do serviço contribui para os alagamentos. “Choveu em um dia o que era previsto para um mês inteiro, e a cidade não está preparada para tanta água. É atípico”, avaliou. Apesar do evento ‘anormal’, Fiorese disse que alguns bairros da cidade começaram a receber a limpeza das bocas de lobo, como o bairro Coophavilla, e garantiu que mais área da Capital receberão ‘faxina’.