Projeto é do Tribunal de Justiça

Em Campo Grande, alguns salões de beleza também serão locais que irão identificar violência doméstica. Inédita, a iniciativa é da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e da 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar de Campo Grande. 

O Mãos emPENHAdas Contra a Violência, irá capacitar os trabalhadores dos salões (cabeleireiras, manicures, depiladoras) para identificar, nas clientes, traços de violência doméstica e familiar. Identificadas as agressões, poderão passar informações sobre todas as formas de violência que a mulher sofre e os direitos que estão na Lei Maria da Penha. Os profissionais aconselharão as clientes sobre a existência de medidas protetivas e outras providências contra o agressor.

“A iniciativa terá a parceria de salões de beleza da capital, que serão multiplicadores de informações sobre todas as formas de violência doméstica e familiar contra as mulheres. Os estabelecimentos terão um selo de parceria para indicar a participação na campanha”, explica o CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Projeto

A iniciativa integra uma campanha maior do poder judiciário, o “Mulher Brasileira – Todos emPENHAdos Contra a Violência”, uma analogia a Maria da Penha Maia Fernandes ativista que deu nome a primeira lei efetiva de combate a violência doméstica no país. Março, em razão do dia 8 – dia internacional da Mulher – é, tradicionalmente, um mês de ativimso. A campanha, ainda assim, será realizada durante todo o ano, com atividades em prol da mulher e contra toda forma de violência doméstica.

“No último dia 20, a coordenadora Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e juíza da 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar de Campo Grande, Jacqueline Machado, reuniu na Casa da Mulher Brasileira representantes de salões de beleza da capital para apresentar o projeto e a campanha”, esclarece o CNJ. No dia 13, acontece a capacitação dos profissionais de beleza na Casa da Mulher Brasileira. O processo será conduzido pela juíza e pelos profissionais da 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar.

“São nestes lugares que as mulheres costumam contar, desabafar o que está passando. O profissional terá a capacidade de identificar e dar orientação para a mulher, porque, às vezes, nem ela consegue identificar o que está passando, tamanha é a dificuldade, por estar inserida no ciclo da violência, e por não conseguir se posicionar como vítima. Este profissional saberá, depois da capacitação, identificar e orientar do melhor modo, sem revitimizá-la”, contou a magistrada.

Os salões terão os selos do projeto, mais um incentivo para que as mulheres sintam-se acolhidas e saibam que nos locais há orientação.“Teremos vários salões de beleza espalhados pela cidade com um selo do projeto, assim a mulher saberá que ali ela tem a possibilidade de ter orientação do que fazer, qual a melhor forma de agir, onde pode buscar ajuda, seja no sentido de denunciar ou ter um tratamento e apoio da rede de proteção das mulheres”, complementa a juíza.