Mulheres terão menos de 20% dos 434 novos alvarás de táxi e mototáxi

Hoje, 90 mulheres são donas de alvarás de táxi

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Hoje, 90 mulheres são donas de alvarás de táxi

A Prefeitura de Campo Grande vai criar uma cota para a liberação dos alvarás de táxi e mototáxi, e das 434 novas permissões, 217 para cada categoria -, as mulheres terão direito somente a 86.  Essa quantidade representa 19,8% do total de autorizaçõe, e revela que o setor ainda restringe por gênero. 

Campo Grande tem, atualmente, 90 mulheres proprietárias de alvarás de táxi, com 106 permissões – uma única pessoa por ter mais que um documento -, quantidade que representa somente 21% da presença feminina no mercado. Mas sem fiscalização, nas ruas, elas ainda são minorias. 

A cota é prevista pela Lei Municipal nº 3.323 de 02 de maio de 1997, que determina na concessão de alvarás para a exploração do serviço de moto-táxi e táxi neste Município, mínimo 20% das vagas a serem preenchidas, a candidatas mulheres. Contudo, motoristas curiangos denunciam que mulheres que aproveitaram do benefício da cota para conquistar um alvará, mas que nunca estiveram atrás de um volante de um táxi, e passam a direção a familiares, o que é proibido. 

Mas de acordo com o prefeito Marquinhos Trad, as 86 vagas ainda são superiores ao número de interessadas em trabalhar no transporte, contudo, afirmou que o controle de quem usa os alvarás será intenso. “Não vai ter fraude”, avisou. A área urbana de Campo Grande opera com uma frota de 490 Táxi, distribuídos em 75 pontos fixos de estacionamento distribuídos pela Agetran.

Na próxima segunda-feira, 12, representantes da OAB. MPE e o prefeito da Capital, vão se reunir para definir caminhos para a distribuição das novas permissões e a escolha dos pontos.  “Tem cadastrados com 30 anos de espera”, lembrou Marquinhos. 

Prova da demora é a cozinheira Tania Regina Dorneles, 54 anos, que cansada de esperar, até trocou de profissão.  Em 1994, o mercado apresentava um espaço mínimo para as mulheres, e trabalhando como ‘curianga’, ela resolveu deixar de lado as corridas e ir trabalhar nas cozinhas.

Mais de duas décadas se passaram, mas ela diz que a vontade de voltar o táxi continua. “Estou esperando há muito tempo, e sempre quis voltar para a minha profissão, espero que não me esqueçam”, comentou.