MS 40 anos: Quem é Virgilio Aleixo, o popular milagreiro de Corumbá?
Altar no Centro da cidade é símbolo da fé corumbaense
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Altar no Centro da cidade é símbolo da fé corumbaense
Quem passa pela rua América e é turista, pode ficar intrigado ao encontrar um pequeno altar construído no muro da Santa Casa da cidade, localizado no Centro de Corumbá. O espaço é chamativo por várias razões: velas foram colocadas no local assim como flores de vários tipos e pratos com comida. Tão misterioso quanto o espaço é o nome Virgilio Aleixo que aparece em todas as placas, mas pouco se sabe quem foi ele.
No local, a equipe de reportagem do Jornal Midiamax flagrou pessoas que passavam e faziam o sinal da cruz com as mãos. Durante à noite, velas acesas eram vistas por quem passava pela rua.
À primeira vista, parece que se trata de um milagreiro, mas ninguém sabe sua origem ou quando os milagres começaram. A aposentada Paulina Mendes Maria, 66 anos, trabalhou na maternidade e lembrou que no período de 60 a 80, o espaço se modificou com a devoção das pessoas. “Já existia [o altar], mas era uma coisa pequena. Agora eu vi que deu uma crescida”, contou.
Embora conheça a fama do milagreiro, a aposentada explicou que também não sabe quem ele foi. “Eu não sei da vida dele, apenas que está crescendo [o altar]”, disse. Mesmo sem ter uma origem conhecida pelo povo, a devoção é maior e faz com que as pessoas recorram a Aleixo. “Sempre que passo, vejo movimento ali”, comentou Paulina.
O historiador da Fundação de Cultura de Corumbá, Paulo Ferro, explicou que não há muitos documentos sobre a figura de Aleixo, apenas histórias contadas de uma geração para outra. “O que tem sobre ele é história oral. Não sabemos muito sobre ele”, contou.
Segundo o historiador, Virgilio Aleixo morreu aos 21 anos após ser atingido por um espeto nas costas. O crime teria sido no local onde hoje é o altar, por volta de 1908. “Por ser uma história oral, não temos como saber quando começou a devoção por ele, como começou”, contou.
Além do passado desconhecido, o milagreiro parece não pertencer a nenhuma religião. “Não tem nada a ver com religiões afrodescendentes como umbanda, candomblé. Naquele tempo, início do século XX, era praticamente só catolicismo na cidade”, explicou.
A fama do milagreiro seria realmente nascida do fervor popular. “É aquele tipo de devoção que acontece em muitos pontos do Brasil, que a pessoa morre e consegue um milagre”, comentou.
A reportagem foi informada na catedral de Nossa Senhora da Candelária de que Virgilio não é santo da igreja católica.
Quem é e quando surgiram seus milagres parece não importar para quem crê em Virgilio Aleixo, pois em seu altar, há cerca de 40 placas com a frase: “Obrigado pela graça alcançada”.
(Colaborou Cleber Gellio)
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