Manifestantes ocupam há 30 anos área particular no Indubrasil

Cerca de 70 famílias que vivem em uma área particular, ocupada há 30 ano no Núcleo Industrial de , fecharam por volta das 6 horas desta quinta-feira (1º) um trecho da BR-262, que dá acesso ao Indubrasil. Os   moradores receberam ordem de despejo e devem desocupar a área até o próximo dia 12.

Os manifestantes espalharam troncos e galhos na pista e bloquearam a passagem. O tráfego na região ficou totalmente interditado. Leitores do Jornal Midiamax que precisaram passar pelo local no início desta manhã criticaram o fechamento da rodovia. 

“Preciso trabalhar e não tenho como passar”, disse uma leitora, que preferiu não se identificar.

Cerca de duas horas após o início da manifestação, líderes da ação conversaram com a equipe da PRF (Policia Rodoviária Federal), que está no local, e concordaram em liberar o tráfego a cada 10 minutos. Moradores fecham rodovia em protesto contra ordem de despejo

Florença Cristaldo, de 57 anos, líder da manifestação, diz que os protestos continuam nos próximos dias e os moradores pretendem negociar com o proprietário para permanecerem no local. “Queremos conversar. Estamos aqui há 30 anos e não vamos sair”, frisa. 

Entenda o caso –Moradores fecham rodovia em protesto contra ordem de despejo

A área denominada pelos ocupantes como Bairro Novo Indubrasil pertence a Ronaldo Aires Viana. O local, ocupado há 30 anos, fica na continuidade da Rua Noroeste, paralela a Rua Roda Velha. As duas vias são divididas pelos trilhos ferroviários.

Processo de reivindicação da área foi aberto em 1992 pelos proprietários originais e julgada procedente, ou seja, o juiz decidiu que a ocupação era ilegal.

O magistrado estabeleceu que as pessoas que tinham invadido a área, até a data de início da ação, fariam jus a uma indenização e que isso deveria ser um objeto de liquidação de sentença, porém quem entrou depois disso teria apenas, o direito de retirar as benfeitorias do local.

Manifestantes prometem novos protestos

Moradores dizem que a ocupação foi iniciada por José Faustino, conhecido como ‘Zé do Bicho', com o aval de um vereador, que teve a identidade preservada, que teria prometido a regularização da área às famílias, mas isso nunca ocorreu. No local, vivem cerca de 200 famílias, boa parte, moradores que nasceram no local.