Imóveis serão dedicados a famílias com até dois salários mínimos 

A partir do segundo semestre deste ano, o ‘Minha Casa, Minha Vida – Entidade’ vai construir 1.004 apartamentos nos bairros Canguru, Jardim Antártica, Tarumã e Paulo Coelho Machado. Os projetos foram realizados pelas entidades sociais Conssol (Sistema Integrado de Economia Solidária) e IEDHI (Instituto de Educação, Desenvolvimento Humano e Institucional), habilitadas pelo Ministério das Cidades. 

Todos os apartamentos serão construídos na zona sul da cidade, em terrenos doados pela Prefeitura de Campo Grande. Serão 192 no Canguru e 492 no bairro Paulo Coelho Machado – nestes dois bairros há ocupações irregulares -, obras comandadas pelo Conssol. Há projetos para 112 apartamentos no Leblon e 208 no Tarumã; essas planejadas pela IEDHI. 

As construções devem dar um ‘fôlego’ na fila de espera por moradia popular em Campo Grande, onde há 42 mil pessoas sem lar. Somente entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano – menos de 30 dias – dois terrenos foram ocupados por cerca de 400 famílias sem-teto. O último projeto habitacional da cidade é de 2015. 

Os projetos para as novas construções devem ser enviados ao governo federal até o dia 5 de maio, e até o segundo semestre deste ano o esboço saia do papel. A previsão de entrega é para 2019. As casas serão construídas em terrenos ociosos doados pela Prefeitura da Capital, que também contribuir no financiamento das obras, assim como governo estadual e federal – deste último 80% do investimento. 

As moradias vão atender as famílias mais carentes, com renda de até R$ 1.800 (dois salários mínimos), valor que corresponde a faixa I do programa do governo federal, que estava sem investimentos desde 2014.  O Minha Casa Minha Vida Entidades atende famílias organizadas por meio de cooperativas habitacionais, associações, movimentos sociais e demais entidades privadas sem fins lucrativos, interessados em obter uma moradia própria. 

O financiamento levará 24 meses e a prestação deve corresponder a 10% da renda de cada família, mas não pode ser inferior que R$ 50, portanto, uma família que se mantém com R$ 1 mil, pagará R$ 100 de mensalidade por dois anos.   
O diretor financeiro do Sistema Integrado de Economia Solidária, Áureo da Silva, explicou que estas casas atenderão a demanda das famílias que mais precisam, e por isso, empecilhos burocráticos como o temido ‘nome sujo’, não entram em questão para a aprovação de beneficiado. “Não precisa ter nome limpo, só precisa comprovar a renda, mas a análise final será do Ministério das Cidades”. 

Nesse formato de contratação, de acordo com o Ministério das Cidades, as famílias beneficiadas participam diretamente da gestão dos recursos, acompanhando o processo de construção das unidades habitacionais de perto em todas as etapas.