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Cotidiano

Milagre: com obra enrolada, cientistas mantêm peixes em ‘aquário paralelo’

Sabe como vivem mais de 9 mil peixes do Aquário do Pantanal?
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Sabe como vivem mais de 9 mil peixes do ?

Enquanto o Aquário do Pantanal, cuja obra foi iniciada em 2011 e já consumiu mais de R$ 200 milhões dos cofres públicos, tem futuro incerto. O que era para ser temporário ganhou estrutura e cuidados 24 horas por dia de uma equipe composta por biólogos, veterinários, químicas, zootecnistas entre outros profissionais, que se dividem para cuidar de mais de 9 mil peixes mantidos em uma estrutura paralela. 

Atualmente as espécies estão alocadas em piscinas, aquários de vidro e tanques. Apesar do tamanho reduzido, o coordenador da quarentena, o biólogo Heriberto Gimênes Junior, mostrou que a equipe implantou todos os cuidados necessários para o bem-estar dos animais, plagiando um ambiente natural, ou mais perto daquilo que eles precisam para viver com segurança. “A estrutura possibilita a reprodução em cativeiro, os tanques tem filtragem, pedras, ornamentos e uma equipe que acompanha os peixes 24 horas por dia e aos finais de semana, o objetivo é propiciar o bem-estar”, esclareceu. 

A Quarentena construída no quartel da Polícia Militar Ambiental (PMA) à espera da conclusão do Centro de Estudos e Pesquisas da Ictiofauna Pantaneira (Cepric) – conhecido como Aquário do Pantanal –  foi ampliada em 2015, após a mortandade de 6.111 espécies que estavam sob os cuidados da Anambi Análise Ambiental LTDA., responsável por ao sistema de filtragem do Aquário conforme levantamento do MPE-MS (Ministério Público do Estado). O tempo passou, mas a obra não avançou e o jeito foi melhorar a estrutura para não incorrer mais prejuízos. O Imasul (Instituto de Mei Ambiente) é o responsável pelo espaço. 

 

Milagre: com obra enrolada, cientistas mantêm peixes em 'aquário paralelo'

 

 

O pintado albino tem hábitos noturnos, e neste caso o cuidado foi em colocar a espécie em uma piscina que pudesse representar a noite, por isso é toda de cor preta. Fêmea com filhote é separada do macho para evitar problema. As arraias agora são grandes e ficam em um tanque proporcional seu tamanho, com detalhe da representação de um fundo de rio. Fora isso, os alojamentos são identificados, tudo de forma aparentemente bastante organizada, mas a tarefa vai além disso. 

A observação do comportamento dos peixes também é uma aliada dos cientistas, que já se tornaram ‘íntimos’, e contam detalhes que só quem está dedicado ao projeto consegue entender. Um peixe agitado? O biólogo responde: “A água foi trocada, mas daqui a pouco eles acalmam”. Informa. “Esse lugar possibilitou um estudado profundo desses animais, que no Pantanal, no habitat natural não conseguiríamos”, completa.  

O trabalho já deu resultados importantes, como a primeira reprodução em cativeiro na história de cinco espécies, entre elas estão as Arrais, Cascudo, Lambari do Campo, Cascudo Tigre e Peixe Anual se reproduziram. A experiência inédita vai ganhar as páginas de duas pesquisas científicas sobre as espécies pantaneiras. 

Embora a mudança para o Aquário não tenha data, o biólogo pontua que a experiência na quarentena possibilita mais conhecimento dessas espécies, que até então era superficial. “Esse lugar possibilitou um estudado profundo desses animais, que no Pantanal, no habitat natural não conseguiríamos”, disse.   

​Atualmente há pouco mais de 9 mil peixes, divididos em 172 espécies, vindos do Pantanal, África, Austrália, Amazônia e Oceania. Pelo menos três mil desta quantidade são de indivíduos nascidos no cativeiro. Entre as raridades é apresentado o Candiru, difícil de ser capturado por ser noturno. Outro indivíduo curioso é o Peixe Anual, conhecido popularmente como Peixe-do-Céu, é habitante de brejos, lagoas rasas, e ganhou esse nome por causa da reprodução. “Eles vivem em poças da água durante o período de chuva, e quando as lagoas secam, os eles morrem, mas deixam escondida embaixo da terra seus ovos que eclodem assim que voltar a chover”.

Se um dia o projeto do renomado arquiteto Rui Othake será concluído, é difícil dizer, mas o coordenador adiantou que o local tem estrutura para daqui a 25 anos. O último andamento quanto a obra ocorreu essa semana, após o Ministério Público do Estado bloquear R$ 10,7 milhões de oito envolvidos no Aquário do Pantanal.  

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