Moradias custaram R$ 13,8 milhões

enfrenta a falta de planejamento habitacional, e o problema ficou ainda mais nítido no começo deste ano. Além das 42 mil famílias à espera na fila da agência municipal da prefeitura,  três áreas foram invadidas e transformadas em favelas. Adverso a situação, a mil metros de distância de um dos espaços invadidos ilegalmente, no bairro Paulo Coelho Machado, há um residencial com 260 casas populares praticamente pronto, em estado de abandono.

O condomínio fantasma Residencial Rui Pimentel I e II foi construído com recursos obtidos pelo programa  ‘Minha Casa. Minha Vida' ao custo de R$ 13,8 milhões. A promessa de inauguração se arrasta por anos, e ainda não há previsão de quando os moradores poderão entrar.

Recentemente, a prefeitura da Capital informou que faltam 6% para a obra ser concluída, e explicou que a demora seria culpa da empreiteira responsável que enfrentou problemas de documentação com a Caixa Econômica e, por isso, parou a obra. Apesar da explicação, não há data prevista para que pessoas inscritas na Emha  poderão morar naqueles imóveis. O prazo de entrega do residencial era de três anos.

O lugar é um convite para vândalos e usuários de drogas e o cenário revela o desperdício de verba pública. O mato tomou conta do empreendimento, e boa parte dos imóveis estão danificados; a maioria tiveram suas vidraças quebradas. Os imóveis tem entre 38,38 m² (padrão) e 40,12 m² (adaptados), e possuem dois quartos, um banheiro, sala, cozinha e área de serviço.

Sem planos para abrigar as famílias ou para desapropriar as áreas invadidas, três terrenos foram invadidos, inclusive territórios particulares, uma mostra do desafio que a prefeitura terá pela frente. O terreno ocupado no bairro Paulo Coelho Machado, por exemplo, agora abriga  barracos de lona e construções irregulares de alvenaria. Há quem comente que terrenos de 10 metros por 20 metros quadrados foram comercializados pela ‘pechincha' R$ 1 mil.

A área utilizada pelas 150 famílias faz parte do terreno que integrava o complexo de apartamentos populares da falida incorporadora imobiliária mexicana Homex. O local estava desocupado desde 2013, e sem qualquer estimativa de quando receberia um novo projeto, e a informação da Caixa é de que já foram tomadas providências para garantir a segurança do empreendimento.

A ação deu início a uma nova em Campo Grande. Os novos moradores alegam que o terreno foi escolhido porque estava abandonado há vários anos, e afirmam que, com a invasão, pretendem chamar a atenção para a distribuição de casas populares, que segundo eles nem sempre beneficia quem mais precisa. Para garantir a terra, famílias criaram verdadeiros acampamentos, estão no local 24 horas por dia desde o dia 9 de janeiro. “Não vamos sair daqui até que tenhamos um lugar para morarmos. Não queremos nada de graça, mas não sairemos fácil”, afirmou uma das invasoras.

Para resolver o problema atual da falta de moradia popular em Campo Grande, a Capital precisaria entregar 115 casas por dia em 12 meses. Levando em consideração a ausência de projetos habitacionais na Capital; o último foi inaugurado em 2015, a conta está longe para ser fechada.

Em nota, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que, a Emha tem projeto para a construção de 684 unidades habitacionais de apartamentos  na região do Anhanduizinho para ser contratado, ou seja, aguardando aporte financeiro do Governo Federal – a espera de recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Em relação a projetos de casas populares, atualmente a prefeitura tem 272 unidades de apartamentos no Jardim Canguru que já tem demanda selecionada, mas que ainda não foram entregues por problemas burocráticos com o Banco do Brasil.