Líderes acreditam que incêndio seja criminoso

Cerca de 180 barracos do acampamento Furnas, localizado nas proximidades de Rochedinho, distrito de Campo Grande, teriam sido incendiados nesta sexta-feira (15), conforme informações de Almir Machado, um dos líderes da comunidade. Segundo ele, cerca de 700 pessoas estão acampadas há 7 anos no local, aguardando o recebimento das terras.

De acordo com o relato, não há informações de feridos, pois muitas das famílias já estavam em Campo Grande para reuniões. A informação é de que os barracos foram queimados e que o fogo teria se alastrado para parte da área de uma fazenda onde há alguns dias foi feita colheita de milho.

Os integrantes do acampamento, que é ligado à UGT (União Geral dos Trabalhadores), foram avisados por um conhecido da região que passou pelo local e testemunhou o incêndio. “Perdemos tudo”, lamenta Almir.

Almir acredita que não havia integrantes do acampamento no local, pois além de vários terem se deslocado para Campo Grande para as reuniões, outros permanecem na Capital em casa de familiares por medo, pois há 20 dias começaram assaltos aos barracos. “Levam tudo, desde mesas, cadeiras, portas e telhas até coisas sem valor, como galões de água. Parece que fazem de birra”, reclama.

“Somos um movimento pacífico, não invadimos as terras. Estamos acampados na beira da estrada aguardando a morosidade do processo de distribuição de terra de uma área particular que já foi vistoriada e demarcada pelo Incra”, explica Almir. Quanto ao incêndio, Almir acredita que tenha sido criminoso.

O líder do acampamento acredita que as reuniões não mais irão acontecer. “Agora estamos desesperados e vamos voltar pra ver o que está acontecendo”, diz Almir.