Secretário se reuniu com sindicalistas nesta quarta

O governo de Mato Grosso do Sul confirmou hoje, a lideranças sindicais, o que já vem sendo dito nos últimos meses: sem aumento da arrecadação estadual à vista, os 73 mil servidores ativos e inativos não vão ter reajuste, pelo terceiro ano consecutivo. A informação foi oficializada em reuniões durante todo o dia com integrantes das entidades representativas do funcionalismo. A resposta delas também repete o que já vem sendo anunciado: vão avaliar nesta quinta-feira (01) a possibilidade de uma greve unificada.

Ao Jornal Midiamax, o secretário de Administração e Desburocratização, Carlos Alberto Assis, afirmou que o governo entende a greve como um direito do funcionário, mas que não vê clima no momento para algo do tipo.” Eu não sei se a população vai atender”.Governo de MS confirma reajuste zero e sindicatos avaliam greve geral

Mais cedo, em agenda pública, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), voltou a dizer que é ‘quase impossível’ dar aumento aos servidores, em razão do cenário de crise. Ele citou que nesta semana, a Petrobras comunicou que vai reduzir ainda mais a compra de gás vindo da Bolívia, o que significa nova queda na receita de imposto sobre o insumo, uma vez que todo ICMS (Imposto de Circulação Sobre Mercadorias e Serviços) incidente sobre o gás natural é recolhido para Mato Grosso do Sul.

Desde o início das negociações o governo sempre disse que dependia de um aumento de receita de ICMS para dar reajuste ao funcionalismo. A principal queixa sempre foi justamente a diminuição dos tributos pagos pela Petrobras sobre o gás. Desde 2015, a perda é estimada em quase R$ 1 bilhão e há meses a administração estadual tenta uma solução com a empresa estatal, sem sucesso.

Acompanhamento do caixa

Diante desse quadro, e do cenário de crise econômica, a alegação é de que um reajuste seria irresponsável. “Não adianta dar aumento e chegar no dia primeiro, o salário não estar na conta”, afirmou o secretário.

De acordo com ele, “o governador não ficará preso ao maio”, ou seja, assim que houver condições financeiras, o reajuste será concedido. Assis informou que foi oferecida aos sindicalistas a possibilidade de acompanhar na Secretaria de Fazenda a entrada de recursos no caixa estadual. “ A ideia é cria uma comissão para isso”.

Assembleias

Depois das reuniões de hoje, os sindicatos ficaram de avaliar com as categorias os próximos encaminhamentos. O secretário do Fórum dos Servidores, Cláudio Souza, afirmou que o clima em geral é de rejeição ao reajuste zero. “É o terceiro ano sem aumento. No ano passado, tivemos apenas o abono de R$ 200,00. As categorias estão fazendo assembleia e o posicionamento é para não aceitar isso”, disse ao Jornal Midiamax.

Nesta  semana, os trabalhadores da educação, maior categoria, já fizeram uma paralisação de advertência, na terça-feira, que deixou alunos sem aula. No caso dos professores, a briga é por assegurar um aumento de 7,5% no piso, que deveria ter sido dado em janeiro. 

A folha de pagamento dos servidores estaduais consome, hoje R$ 428 milhões brutos.O valor líquido, já sem os encargos,é de R$ 247 milhões. A de maio, sem o aumento previsto na data-base, será paga nesta quinta-feira, primeiuro dia útil de junho.