Programa ainda não tem definição para 2017

Pela primeira vez em nove anos, o Vale Universidade não iniciou seu processo seletivo em janeiro, mês em que as inscrições eram abertas a tempo dos estudantes começaram o ano letivo com o benefício que custeia até 90% das mensalidades. A redução de repasses a faculdades de Mato Grosso do Sul chega a 23%.

A redução do programa, embora não anunciada, pode ser comprovada com a queda de  investimentos de um ano para o outro. Em 2016, o Vale Universidade repassou mensalmente R$ 1,3 milhões para as instituições de ensino do Estado, mas neste ano, a transferência de recurso para subsidiar o benefício foi de R$ 1 milhão.

O recuo do governo estadual, que mantém o incentivo, também impactou no número de estudantes, como em Campo Grande, que eram 571 universitários  e diminuiu para 488. Ainda na comparação com o ano anterior, 49 alunos eram custeados com benefício individual de R$ 1,2 mil, quantia que em 2017  também foi cortada e nenhuma das bolsas ultrapassam a marca dos R$ 937.

Apesar do atraso de pelo menos dois meses; já que o programa era aberto sempre nos meses de janeiro -, o governo nega que o Vale será cancelado. Na sede do programa, funcionários admitem que não há previsão de quando a seleção será feita, mas comentam que há chances de ser aberto ainda neste semestre.

De acordo com a Secretária de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), Elisa Cleia Nobr, o benefício irá continuar, e justificou a reforma do governo estadual  para o atraso. “Atrasou por causa da reestruturação do governo, ele vai passar por adequação”, declarou. O programa foi criado pelo Decreto nº 12.466, de 18 de dezembro de 2007, para atender estudantes de universidade públicas e privadas.

Programa

O Vale Universidade custeia até 90% dos custos da mensalidade em instituições privadas, sendo 70% por conta do Governo do Estado; 20% de responsabilidade das faculdades de ensino e 10% de contrapartida para os alunos. Nas universidades públicas o repasse é feito diretamente na conta do estudante, sendo o cálculo baseado na média da mensalidade do curso em outras universidades.
 
Em 2014 o governo fechou 1.082 contratos, número que subiu para 1.626 no ano passado. Já o Vale Universidade indígena atendeu somente 164 índios nos últimos três anos.