Militares tentam negociar

Apesar da tentativa, o TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) não vai intermediar a negociação salarial dos militares (entre policiais e bombeiros). A informação é do presidente da ABSS/MS (Associação Beneficente dos Subtenentes, Sargentos e Oficiais oriundos do quadro de Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do MS, Tenente Thiago Mônaco.

A orientação do presidente do TJ-MS, desembargador Divoncir Schreiner Maran, é de que os servidores ingressem com ações na Justiça. O fórum dos servidores tem reunião na sede da governadoria na tarde desta sexta-feira (9) e a decisão sobre levar a negociação à Justiça será tomada após a mesa de diálogo. Outras entidades representativas dos militares devem participar da reunião.

Diferente da ABSS/MS, a ACS (Associação de Cabos e Soldados) vai insistir em dialogar com o próprio governador, Reinaldo Azambuja (PSDB). Presidente da ACS, Edmar Soares participa do acampamento dos policiais civis em frente à Governadoria e afirma que o governador terá que recebê-lo “mais cedo ou mais tarde”.

“Já era esperado essa decisão, não tem interesse com ninguém, o deles já está livre, então a ACS não entrou, é uma pena porque poderiam ajudar a contribuir pra convencer o desembargador. O governador tem que me receber, mais cedo ou mais tarde, porque ele tem que cumprir a palavra dele. Ou hoje ou amanhã”, comentou Edmar.

Mediação judicial

Presidente da AOFMS (Associação dos Oficiais Militares Estaduais de MS), coronel Alírio Villasanti, explica que a reunião feita com o presidente do TJ, desembargador Divoncir Schreiner Maran, aconteceu a exemplo de medida tomada por militares de Minas Gerais, que conseguiram que o TJ intermediasse as negociações com o Estado.

Diferente da decisão mineira, o TJMS não aceitou intervir na negociação justificando que já há processos tramitando nas 1ª e 2ª Varas de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da Comarca da Capital. Alírio explica que as ações citadas pelo desembargador são do ano passado, quando a categoria também tentou obrigar o governo a conceder pelo menos o aumento com base na reposição da inflação.

“O processo ainda está tramitando, não teve nenhuma decisão até agora. Como o TJ não quis fazer parte da mediação, que já conseguimos com deputados, por exemplo, decidimos entrar com novo processo na primeira instância para conseguir a reposição inflacionária porque entendemos que o clima está muito tenso com o governo”, afirmou o sindicalista.