Organizador já fez Natal para crianças em 2016

No Jardim Centenário, uma festa em comemoração ao teve distribuição de brinquedos, comida para as crianças e uma homenagem ao menino Kauan, morto por um professor em junho deste ano. Toda a festa foi organizada por um gerente comercial que é morador do bairro e sempre realiza ações sociais para as crianças. O evento aconteceu na última quinta-feira (12), no residencial Cedrinho.

Antônio Gonçalves da Silva, 47 anos, teve a ideia de fazer a festa no Dia das Crianças porque em 2016, quando decidiu se fantasiar de Papai Noel e entregar presentes para a meninada da comunidade, ele não conseguiu atender todos os pedidos. “Eu recebi umas cartinhas das crianças por conta daquela promoção dos Correios, mas não deu tempo de entregar. Daí eu fiz a promessa de atender a todos e pedi ajuda o pessoal da vila para fazer o Natal das crianças e nós poderíamos fazer o Dia das Crianças também”, lembrou. É o segundo evento que ele faz para as crianças do Jardim Centenário.

Naquela ocasião, uma das crianças que recebeu o presente foi o Kauan Andrade Soares dos Santos. A lembrança do menino fez com que Antônio realizasse a festa. “Eu me inspirei mais ainda a fazer o evento porque o Kauan recebeu um presente das minhas próprias mãos. Isso me deu mais força também para fazer [a festa para as crianças] em memória dele”, contou. No local, Silva contou que houve uma homenagem ao menino.

Cerca de 500 brinquedos comprados pelo próprio gerente comercial foram doados no evento, mas a ação teve a colaboração de comerciantes de dentro e de fora do bairro além da participação de pessoas da comunidade que ajudaram a decorar o local. “Nós limpamos e pintamos tudo”, comentou. Outros amigos doaram as comidas consumidas na festa. A rua foi fechada pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) para garantir a segurança da festa.

Para ele, a motivação para começar a organizar os eventos veio de dentro da própria comunidade. “Eu via que muita criança não tinha algo para fazer na vila no Natal e no Dia das Crianças. Eu comecei a olhar aqui e pensava ‘não, está errado'', contou.Festa para crianças tem super-heróis e homenagem ao menino Kauan

Bolo, refrigerante, brinquedos, pula-pula e muita diversão foram levados até as crianças da comunidade, que também puderam interagir com a Liga Solidária, grupo formado por amigos que se fantasiam de heróis para visitar hospitais. E Antônio não pensa em parar por aí. “Ontem eu prometi o Natal deste ano para eles. Já está garantido”.

Caso Kauan

Kauan desapareceu da casa da família, no Aero Rancho, no dia 25 de junho. O menino cuidava carros na região quando foi visto pela última vez. A família registrou boletim de ocorrência e as investigações foram realizadas pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). Foram mais de 20 dias sem notícias até o dia 22 de julho, quando o caso foi esclarecido.

Durante as investigações do desaparecimento, um adolescente de 14 anos acabou apreendido por envolvimento no crime. Ele relatou à polícia que atraiu Kauan na noite do dia 25 de junho para a casa. A criança teria falecido enquanto era violentada.

Na primeira versão contada pelo adolescente, o corpo de Kauan teria sido jogado no córrego Anhanduí. Com o avanço das investigações e a prisão do suspeito, a polícia descobriu que o menino foi esquartejado após o abuso e o corpo foi jogado em um local ainda não conhecido.

O professor suspeito pelo crime foi denunciado pelo MPE (Ministério Público Estadual) em setembro por 8 crimes sexuais contra 12 vítimas, sendo elas crianças e adolescentes.