Funsat irá profissionalizar moradores interessados

As pessoas que viviam na antiga favela Cidade de Deus e que foram realocadas para 4 locais em participarão de curso para concluir as próprias casas. A formação será oferecida pela Funsat (Fundação social do trabalho) e inclui os interessados no curso, no Proinc (Programa de inclusão profissional).

A participação não é obrigatória, e os titulares da Funsat e da Emha (Agência municipal de habitação popular) visitam as comunidades onde vivem os ex-moradores da Cidade de Deus. Nos locais, as casas não foram concluídas e as pessoas reclamam das condições das moradias, muitos ainda vivem em barracos.

O projeto de construção, durante a gestão de Alcides Bernal (PP), foi conduzido pela ONG Morhar, um projeto de mutirão, que recebeu R$ 3,6 milhões dos cofres municipais, mas deixou as casas inacabadas e é alvo de denúncias.

Conforme a assessoria de comunicação da Funsat as aulas começam no final de maio, e serão teóricas e práticas, com direito a certificado. De acordo com o diretor-presidente da Funsat, Cleiton Franco, serão disponibilizadas 100 vagas. Os participantes receberão um salário mínimo, cesta básica mensal e vale-transporte.

“O próximo passo é fazer uma reunião para cadastramento dos interessados em participar do Proinc. Vamos oferecer cursos de pedreiro, servente de pedreiro, eletricista, encanador, azulejista e carpinteiro. Os próprios moradores farão parte da nossa força-tarefa na prestação desses serviços. Começaremos com a qualificação teórica e assim que os materiais chegarem, iniciaremos o trabalho de campo”, destacou Cleiton Franco.

Demora para concluir obras

O diretor-presidente da Emha, Enéas Netto, afirmou que uma empresa deverá ser contratada para a emissão dos laudos de vistoria estrutural nos 4 bairros: Vespasiano Martins, Jardim Teruel, Jardim Canguru e Vila Nasser.

 “O processo de aquisição dos materiais de construção, com aporte de recursos proveniente da nossa parceria com o governo do Estado, já se encontra na fase final de levantamento orçamentário. O intuito é de que, quando os laudos técnicos estiverem disponíveis, a capacitação da Funsat deverá estar adiantada e os materiais necessários já aguardando nos canteiros de obras para início efetivo do trabalho”.

Moradora do Vespasiano Martins, Mariana Gonçalves, 24, avaliou a ideia do curso de forma positiva. Para ela, no entanto, a demora de todo o processo deixa os moradores aflitos. Isso porque, além das chuvas, a estrutura precária das casas recebe mais um teste: o inverno.

“Eu só acho que é muito tempo, porque vai começar esse curso agora em maio, aí vai terminar em julho. Aí julho é mês de férias, entra de férias Prefeitura e vai um tempinho. Aí nesse tempo de férias vem o frio e a chuva, e como vai mexer com obra no frio e na chuva. Aí acho que tinham que pensar um pouquinho mais sobre esse tempo, porque tem famílias que estão passando frio. A ideia é boa, mas o tempo que é o negócio”, comentou.