Atual dono comprou terreno em 2009

A área de mais de oito hectares onde habitam 200 famílias no Bairro Novo Indubrasil, em Campo Grande, não é mais da família Dibo há oito anos. As famílias enfrentam ameaça de despejo do local ocupado há 30 anos, por conta de uma ação impetrada que alega que a invasão foi incentivada, desde 1992. O bairro está localizado na extensão da Rua Noroeste, paralela à Rua Roda Velha. As duas vias são divididas pelos trilhos ferroviários.

Apesar da ação de reivindicação da área ter sido iniciada em 1992, pelos antigos donos, o novo proprietário Ronaldo Vieria Viana é que deu andamento ao processo após realizar a compra do local, em 2009. À época, foi depositado a indenização estipulada pelo juiz, no valor de R$ 355 mil, a que ocupou o lugar. Vale ressaltar, que o depósito abrange moradores que chegaram ao local até meados de 1992, quem entrou depois não será indenizado.

O Jornal Midiamax informou em matéria publicada nesta segunda-feira (30), que a área era de propriedade da família Dibo, mas o texto anterior já foi corrigido.

Risco de despejo

Cerca de 200 famílias moradoras do Bairro Novo Indubrasil, em Campo Grande, enfrentam a reivindicação do local ocupado há 30 anos. O bairro está localizado na extensão da Rua Noroeste, paralela a Rua Roda Velha. As duas vias são divididas pelos trilhos ferroviários.

Boa parte dos moradores é nascida no bairro. O aposentado Manoel Martins Afonso, de 87 anos, por exemplo, chegou há exatamente três décadas e a filha caçula, Jardélia Afonso, de 27 anos, foi criada na vila. As famílias cresceram, o bairro expandiu e hoje abriga cerca de cinco mil pessoas.

Em outubro de 2016 um oficial de Justiça entregou um documento que notificava as famílias para a desocupação da área em 90 dias. O prazo encerrou em dezembro e nesta quinta-feira (26) de janeiro, policiais do BPChoque (Batalhão de Choque da Polícia Militar), para medir a área com o auxílio de um drone.

O advogado que representa a Associação de Moradores Bairro Novo Indubrasil, Antonino Moura Borges, ingressou com duas ações de usucapião coletivo. Ele ressaltou que a visita dos supostos donos, acompanhados de policiais, foi inválida. 

“Eu requeri ações de usucapião em nome da associação de moradores e o que os proprietários estão tentando de tirar da cova é uma ação velha. O que ocorre é que eles foram até o bairro sem nenhuma ordem jurídica”, disse.