Entre usuários de postos de saúde, ponto eletrônico é visto com descrença
MPE move ação contra Prefeitura
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MPE move ação contra Prefeitura
A 32ª promotoria do MPE-MS (Ministério Público Estadual) move diversas ações civis públicas contra a Prefeitura para adequação da saúde pública na Capital. Uma delas obriga a administração a equipar todas as unidades de saúde com pontos eletrônicos.
Na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino, local que originou o inquérito, a população está desacreditada e nem a possível instalação dos equipamentos levanta os ânimos de quem vê no atendimento médico, muitos problemas.
A agente de atendimento Leonice Bertol, 32, pensa que a implementação dos equipamentos não fará a diferença na falta de médicos das unidades. “Eu acho que isso não vai mudar em nada. Porque independente de ter ponto eletrônico ou não. Ele pode bater o ponto, ir lá dormir e depois voltar e bater o ponto de novo”.
“Pode ser para garantir a carga horária trabalhada, agora, para a questão de atendimento não. Creio eu que o poder público tem que melhorar a fiscalização”, complementou.
É a mesma opinião da dona de casa Roseli Farias, 42. Ela acompanhou o filho na UPA durante esta tarde (25), onde ficaram das 10h até por volta das 15h para conseguir ser atendida. “Olha a hora que estamos saindo. Acho que vai ficar do mesmo jeito, porque é raro você encontrar um médico. Você mofa aí e ninguém faz nada”, comentou.
Agnelo Cordeiro Gomes, 47, levou a esposa, ‘convulsionando’, conforme explicou, para o atendimento. Da mesma forma que Roseli, esperou por horas para ser atendido. O profissional da construção civil, ainda assim, acha que a instalação dos pontos contribui para melhorar a presença dos médicos nas unidades.
“O cara olhou e falou: ‘não, ela está bem’. Aí mandou ela sentar, sentou ali e quase na convulsão, aí o pessoal viu, foi pra cima, aí veio a assistente social, aí conseguiu levar pra dentro. Pelo que eu fiquei sabendo não tinha médico. Vai ajudar porque vão ter que estar aqui e comprovar, vai ter a hora que entrou e a hora que saiu. Não vai poder entrar a hora que eles bem quiserem”, relatou.
Ação civil pública
“Por exemplo, nós estamos investigando a UPA Coronel Antonino. Fizemos uma vistoria recente que constatou a Coronel Antonino não tem pediatra na segunda à tarde e também na sexta à tarde. Então assim, é inadmissível”, declarou a promotora.
Com um pedido de tutela provisória de urgência antecipada, o MPE-MS quer a instalação e uso do ponto eletrônico biométrico para todos os servidores que trabalham nas unidades de saúde de Campo Grande em no máximo 120 dias. Caso a Prefeitura de Campo Grande não consiga instalar os equipamentos no prazo, pode ter de pagar multa diária no valor de R$ 50 mil.
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