9 mil famílias estão com contratos em atraso com a

Emha (Agência Municipal de Habitação de ) quer renegociar as dívidas de 14 mil famílias que estão com contratos em atrasos nas prestações das casas populares. Os débitos somam R$ 46 milhões. O projeto de lei que permite a regularização dos imóveis seria votado hoje (9) na Câmara Municipal da Capital, mas foi adiada e e votação deve ser realizada na próxima semana. 

O programa de recuperação de créditos, chamado de “Viver Bem Morena”, de acordo com o projeto de Lei Complementar n° 524/17, prevê acordo financeiro ou repactuação por novação (nova negociação). Os descontos variam de acordo com a possibilidade financeira do beneficiário.

Outro ponto do programa é  regularização de titularidade, o terceiro projeto de lei visa zerar a quantidade de imóveis em condições de irregularidade. O diretor-presidente da Emha, Enéas Netto, explicou que o programa propõe a renegociação de dívidas e regularização de titularidade das moradias e lotes sociais pertencentes à carteira imobiliária da agência municipal, tendo em vista a crise financeira da prefeitura e a falta de recursos para a construção de novos empreendimentos e o aumento da fila de famílias sem a ; são 42 mil sem-teto.  

“O sistema de fiscalização e renegociação é muito engessado. “Tem pessoas que compraram com dívida e não conseguem negociar porque não conseguem transferir para o nome deles, por causa do sistema. O programa quer isso, facilitar a negociação desse débito e a transferência do imóvel”, explicou. “ Não vai ter mais desculpa para não pagar”, advertiu. 

Além negociação, o projeto também quer estabelecer a realização de sorteio público para a destinação de lotes e unidades habitacionais de interesse social para evitar fraudes na distribuição de imóveis.  “O objetivo dessa lei é instituir um sorteio transparente, de acordo com os princípios constitucionais, para escolha de beneficiários que realmente necessitem de uma moradia e que contemple a justiça social, de forma clara e efetiva”, defende Eneas. 
 
Irregularidades no Minha Casa, Minha Vida

A chuva de denúncias de irregularidades nos imóveis do programa ‘Minha Casa, Minha Vida', em Campo Grande, levou as agência de habitação da Capital  a realizar em janeiro seu primeiro pente-fino em dois residenciais populares da Cidade. Durante a fiscalização foram flagradas casas vazias, abandonadas e contratos atrasados. Entre as denúncias estavam a venda de imóveis por R$ 30 mil. 

O relatatório das ações realizadas nos residenciais Celina Jallad 1 e 2, localizados no Bairro Portal Caiobá, divulgado pela Agência Municipal de Habitação de Campo Grande (EMHA), aponta que 7 casas estavam ocupadas de forma irregular, cedidas, alugadas ou vendidas a terceiros, e outras duas moradias abandonadas. E ainda, beneficiários de 33 casas foram notificados como ausentes.
Diante da situação dos imóveis em que foram certificados a ocupação irregular no dia da ação, a Caixa Econômica Federal informou que entrará com ação judicial de reintegração de posse para que outra pessoa do cadastro livre possa ser contemplada.