Apicultor diz que uma picada é suficiente para matar

Lugares escuros e quentes, que pareçam seguros para abrigar a abelha rainha com seus ovos são ambientes considerados perfeitos para a criação de uma colmeia. A casa lembrada pela doçura do mel quase nos faz esquecer do perigo representado. Nos primeiros nove dias do ano as equipes do de Mato Grosso do Sul registram 28 ocorrências de enxames no Estado. Desse total, seis foram em e um delas, também na Capital, resultou na morte de três cães. 

Os ataques também podem levar à morte de humanos.  Segundo o apicultor Matheus Comiran Dallasta, de 26 anos, uma colmeia tem entre 5 mil e 60  mil abelhas, mas uma picada é suficiente para colocar em risco a vida. “Uma pessoa alérgica pode morrer com uma picada se não tiver o socorro adequado nos primeiros minutos”, afirma.

O apicultor explica que no Estado é mais comum a presença de abelhas africanizadas, que por conta de seu cruzamento apresenta comportamento agressivo e mais suscetível à ataque.

“As abelhas africanizadas, cruzamento das europeias que são mais tranquilas e das africanas, que são bastantes agressivas, são mais nervosinhas e atacam mais, porém, o ataque é defensivo. As abelhas atacam quando se sentem ameaçadas e é muito difícil evitar isso quando o enxame é forte e há muito movimento ao redor”, observa. 

O apicultor orienta que o ideal é informar a formação de uma colmeia logo no início. “Quando o enxame se aloja, leva um tempo até que ataque porque ainda não tem mel. Ele começa pequeno e vai alocando mel e crescendo. Depois de um tempo fica grande e ataque é mais comum, principalmente, se  alguém se aproximar. Elas vão se sentir ameaçadas e atacar. Então é preciso retirar ou exterminar o enxame”, adverte. 

De acordo com o apicultor, durante o dia as operárias saem à procuram do pólen e por esta razão a retirada do enxame ou extermínio da colmeia, caso seja necessário, devem ser realizados à noite.

“Este é o período em que todos os indivíduos da colmeia estão em casa. Durante o dia eles saem e se houver o extermínio ou retirada, os que não estavam vão retornar e se não encontrarem a colmeia, além de ter a possibilidade de atacarem, vão formar outro enxame”, frisa. 

Conforme o apicultor, devido ao florescimento a primavera é o período no qual as colmeias costumam ter maior quantidade de indivíduos, no entanto, o clima quente do verão também torna a formação de enxames comum.

Dados do Corpo de Bombeiros revelam que em 2016 foram registradas 1.579 ocorrências de retiradas ou extermínios de enxames, sendo 1.259 nas cidades do interior e outras 310 em Campo Grande. Os ataques no ano passado fizeram 10 vítimas.

O Corpo de Bombeiros ressalta que a retirada ou extermínio das colmeias deve ser feito por pessoas especializadas ou pelos militares, que vão ao local, fazem a vistoria e à noite concluem o procedimento. 

Ataques – 

Um ataque na tarde desse domingo (8) resultou na morte de três cães. As abelhas estavam na colmeia em um poste na frente da residência localizada na Rua dos Hibiscos, no Bairro Cidade Jardim. Um morador também foi picado. 

Em março do ano passado, cinco pessoas da mesma família foram atacadas por um enxame. Um idoso ficou em estado grave e teve de ser reanimado durante o socorro em uma USA (Unidade de Saúde Avançada) do Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência). O cachorro da família também foi atingido e morreu.