Somente nesta noite, duas capivaras foram quebradas
Parece cena de atropelamento de mais uma capivara em Campo Grande, animal que divide espaços da cidade com os motoristas e acaba quase sempre morto pela falta de atenção. Mas nesta quinta-feira (21), sequer foram encontradas marcas de rodas no canteiro central da Avenida Afonso Pena e na Orla Morena.
Mais duas obras do projeto Capivara Urbana, que distribuiu cinco capivaras customizadas por artistas locais no último dia 26 de agosto, aniversário da cidade, foram encontradas depredadas. As da vez são da artista Ana Ruas e de Guto Naveira, que estavam instaladas próximo ao Aquário do Pantanal e na Orla.
Maria Etelvina dos Santos, que tem barraca de água de coco perto da instalação da Afonso Pena, acredita que o fato era tragédia anunciada. “Desde que foi colocada aí tem marmanjo que vem montar como se fosse cavalo. Sem respeito nenhum. Esses tempos ficamos dois meses sem banheiro no Parque das Nações porque estavam reformando. Assim que liberaram, com tudo arrumado, já quebraram em seguida”, reclamou.
A vendedora disse que até pensou em alertar os jovens sobre não subir nas obras, apesar de ter uma placa avisando sobre a fragilidade das instalações. “Mas a gente fica com medo, né? Fica com medo de arrumar encrenca e apanhar”.
No último dia 8, uma pessoa teria ‘montado’ na capivara que está instalada na Morada dos Baís e a quebrado. O artista Cleir Ávila recuperou a obra, que está reinstalada no local.
Exposição
As cinco capivaras são dos artistas Ana Ruas, Isaac de Oliveira, Jonir Figueiredo, Guto Naveira e Cleir Ávila, que expressaram em cada obra seu ponto de vista sobre Campo Grande.
Esculpidas em fibra de vidro, as peças têm 90 centímetros de altura, 1,85 cm de comprimento e 60 centímetros de largura. Elas estão expostas na Praça Ary Coelho, Orla Morena, Feira Central, Sesc Morada dos Baís e altos da Avenida Afonso Pena, até dezembro, quando serão leiloadas.
O valor arrecadado com o leilão será doado para instituições assistenciais da Capital.
(Matéria editada às 11h08 para correção de crédito da obra de Guto Naveira).
