Categorias discutem regulamentação das ‘caronas pagas’

Audiência pública promovida na tarde desta quinta-feira (23), no plenário da Câmara dos Vereadores de Campo Grande, debate a regulamentação dos serviços que envolvem os mototaxistas, os taxistas e os conhecidos Uber, ou ainda os serviços de “caronas pagas” na cidade.

Além dos representantes das categorias, o evento, que encheu o plenário da Câmara, conta com a participação de vereadores e do prefeito da cidade, Marquinhos Trad, do PSD.

A principal reivindicação tem a ver com a liberação de alvarás, cobrada por taxistas e mototaxistas.

Dorvair Caburé, presidente do Sindicato dos Mototaxistas disse que sua categoria vive o “pior momento de história [ganhou força a partir do início dos anos 2000]”.

Ele disse que a vinda do Uber, com preços menores, quebrou o mercado e “estabeleceu como única empresa” que atua no setor de carona paga no município.

Caburé disse que a prefeitura deveria liberar mais alvarás para o setor, não regularizar a empresa Uber.

Já Júlio Staine, taxista há 20 anos na cidade, disse que a prefeitura precisaria liberar uns 500 alvarás para melhorar a situação da categoria.

Staine não é dono de alvará, ele paga diariamente ao dono ao do alvará para atuar como taxista na cidade. Ele disse também que é intenção dos profissionais sem alvará, os chamados curiangos, em baixar o preço da tarifa do táxi, mas são impedidos pelos donos dos pontos.

A audiência desta quinta-feira foi marcada depois que o prefeito anunciou, em fevereiro, mês passado, a regulamentação do serviço Uber, voltou atrás, e o episódio ganhou espaço nas sessões da Câmara Municipal.

Pela regulamentação, o prefeito quis determinar o número de veículos com motoristas Uber e também cobrar imposto deles.

A categoria e os usuários dos serviços chiaram e o prefeito suspendeu a medida por seis meses e resolver debater o assunto com os vereadores, as categorias e a sociedade.

Agora, ele diz que só vai regulamentar o serviço quando não tiver dúvidas e que a proposta for aceita pelas categorias. “Não vamos fazer nada afogadilho, vamos ver se determinados número de veículos, se cobramos imposto. Vamos ser a cidade exemplo no regulamento do serviço [Uber]”, disse Trad.

A Câmara debate até a criação de uma CPI para investigar a razão de uma só pessoa ser dona de dezenas de alvarás, e outras, há décadas no mercado, não ter conquistado nenhuma concessão.