Pular para o conteúdo
Cotidiano

Dois meses após início das vendas, busca por remédio de leishmaniose já é alta na Capital

Milteforan foi regulamentado pelo Ministério da Agricultura e da Saúde
Arquivo -

Milteforan foi regulamentado pelo Ministério da Agricultura e da Saúde

No dia 9 de setembro o Ministério da Agricultura publicou, em parceria com o Ministério da Saúde, um documento que significou um passo a mais na luta contra a para quem acompanha há anos a questão. Isso porque a nota técnica Nº 11/201 regulamentou o Milteforan – que trata a leishmaniose visceral em cães -, no Brasil. A principal mudança, com a liberação, é que o sacrifício dos animais  contaminados deixa de ser uma obrigação, já que há possibilidade de tratamento acompanhado pelos profissionais de medicina veterinária.

Em , dois meses após o início das vendas, a procura pelo medicamento já atinge uma média de 60%, conforme explica uma das representantes do laboratório que produz o remédio. Apenas as clínicas e profissionais podem requerer o medicamento.

“O medicamento já era conhecido porque as pessoas compravam da Europa só que não com a legalização, era tudo clandestino, não era autorizado o tratamento, então nem todo mundo sabe que esse medicamento está realmente legalizado, que o tratamento está autorizado, mas a procura está sendo boa, no caso até o feedback que a gente tem, dos tratamentos realizados, as pessoas estão com uma eficácia muito boa com o tratamento”, contou a revendedora.

Médica Veterinária, Cláudia Mendes trabalha em uma das clínicas que oferecem o Milteforan. O que ela explica é que há um protocolo a ser cumprido pelas pessoas que procuram tratamento para os animais. O remédio é adquirido pelas clínicas por demanda, e há um cadastro que acompanha veterinário, cliente e animal, no site do laboratório, para que haja um controle. A Leishmaniose é uma zoonose – transmitida entre animais e pessoas -, portanto, é acompanhada de perto pela Saúde Pública.

“O tratamento é proibido, o único permitido é com o Milteforan, ele tem a comodidade de usar em casa, por via oral. Como que funciona? O paciente vem, a gente faz a avaliação, faz o exame e faz o protocolo com o Milteforan, o tratamento é em torno de 28 dias. E é seríssimo. Pode vir aqui comprar? Não. Passa por veterinário, a gente encomenda esse medicamento, esse medicamento vem com um lote, que a gente cadastra no site do laboratório”, esclarece a profissional. “É uma doença e é uma zoonose, não adianta só dar o Milteforan”, conta ela.

Leishmaniose e responsabilidade pública

André Luis Soares é médico veterinário e assumiu o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses de Campo Grande), autarquia municipal. Ele explica que além da liberação da medicação, que muda o paradigma de como o poder público encara o tratamento da doença, a discussão sobre a responsabilidade dos animais deve acompanhar as mudanças. O poder público, segundo ele, deve orientar e acompanhar o tratamento, além de trabalhar para uma campanha de castração dos animais, uma forma de controlar a proliferação irresponsável de animais com a doença.

 

 

“Apesar de ser um medicamento de fácil utilização, tem que ter um acompanhamento veterinário por causa da eficácia. O que a gente quer fazer é o tratamento, uma orientação lá [CCZ] mais pra frente, a gente tem que dar uma estruturada lá porque ele é indiretamente relacionado a prevenção. A gente quer que as pessoas tenham sucesso, então a gente vai orientar”, explica. 

Ele complementa que a quantidade de animais em situação de rua também é um problema na Capital. “O animal de rua, aquele que foi abandonado, esse é um animal errante, agora tem muitos animais na rua que é a situação de um proprietário que comprou a casa e não tem muro a casa ainda, por exemplo, então o cachorro fica na rua. Na verdade, o que a gente quer é que haja a opção de tratamento. No caso da leishmaniose é uma doença sexualmente transmissível, coisa que é muito pouco divulgada, então animal com leishmaniose tem que ser castrado”, complementa.

Para ele, as mudanças fazem parte do que chama de ‘humanizar a leishmaniose’. “Então hoje a gente entende que a leishmaniose canina em Campo Grande é muito grande por causa da reprodução indiscriminada dos animais. Então a gente vai querer adotar no CCZ uma política de castração. Nossa perspectiva é de humanizar a leishmaniose, sem perder a responsabilidade com a saúde pública”, conta.

Conforme explica, o CCZ, pode oferecer o acompanhamento e o controle dos tratamentos realizados em clínicas particulares. “Nós vamos fazer o acompanhamento. Ele vai lá periodicamente, a gente avalia como está o animal, se ele está curando ou não. Se ele é tratado por um veterinário particular, o veterinário periodicamente vai mandar um laudo pra nós”, orienta.

 

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Gripe Aviária: casos suspeitos sobem para dez, mas exportações seguem protegidas

Operário empata jogo de ida das quartas do Brasileiro contra Vila Nova e leva decisão para Goiânia

Protestos nos EUA: membros da Guarda Nacional chegam a Los Angeles a pedido de Trump

Portugal é bicampeão da Liga das Nações ao vencer a Espanha nos pênaltis

Notícias mais lidas agora

Bebê Sophie pode ser a vítima mais jovem de feminicídio no Brasil

Inmet emite alerta de chuvas intensas que trazem nova frente fria a MS

Mustang avaliado em R$ 500 mil bate contra muro e fica destruído em Campo Grande

Alcaraz salva 3 match points e leva o bi em Roland Garros na final mais longa da história

Últimas Notícias

Polícia

Foragido com 20 anos de pena a cumprir é preso no Jardim Nhanhá pela Força Tática da PM

Suspeito foi detido após tentar fugir de uma abordagem policial

Esportes

Campeão estadual, Leocir Dall’Astra pede demissão do Operário após quatro derrotas

Desempenho ruim nas últimas rodadas do Brasileiro Série D deixaram o Galo na lanterna do Grupo G da competição nacional

Loterias

Apostas já estão abertas para a Quina de São João com prêmio previsto de R$ 230 milhões

Prêmio da Quina de São João não é acumulável, ou seja, caso não haja acertador das cinco dezenas, a bolada é destinada para quem acertar quatro dezenas

Esportes

Estadual Sub-20 começa com vitórias dos times do Campo Grande e de São Gabriel

Já neste domingo (8), Ivinhema e Naviraiense fizeram um jogo movimentado que terminou em um empate de 2 a 2 no Estádio Saraivão, em Ivinhema