Software sem custo é oferecido por Ministério

A Prefeitura de pretende implantar um novo sistema de regulamentação de vagas na rede pública de saúde, desta vez, desenvolvido pelo Ministério da Saúde e oferecido à Capital ao “custo zero”. O programa tem o objetivo de fazer o que o (Gerenciamento de Informações de Saúde) não fez, mesmo após custar R$ 9,9 milhões aos cofres do município.

A proposta do novo modelo é aumentar a eficiência do controle das vagas, que há anos padece pela desorganização do sistema. Para se ter ideia da situação, em 2015, a Controladoria Geral da União (CGU), constatou durante investigação que a espera por atendimento médico em Campo Grande chegava a 8 anos.

O secretário de saúde do município, Marcelo Vilela, disse ao Jornal Midiamax que pretende conhecer a ferramenta disponibilizada pelo governo federal até o final do ano, mas não detalhou como a plataforma irá funcionar e nem o prazo para começar a funcionar na Capital.  “O Ministério da Saúde nos ofereceu e vamos atrás. Um software é caro e pelo momento da prefeitura nós não conseguiríamos bancar isso, além da compra tem que gerir”, comentou.

Sobre a semelhança ao problemático sistema herdado pela gestão de Nelson Trad e Luiz Mandetta, o Marcelo resumiu que o objetivo de ambos é o mesmo, “como existe em operadores de saúde, inclusive privadas, para organizar a fila, as vagas”. Se instalado com sucesso, o Gisa permitiria o agendamento de consultas médicas, até por telefone, e poderia enfim organizar a fila de espera de pacientes na saúde publica oferecida na Capital.   

Em relação a fila de espera, o titular da pasta de sa´ude confirmou que o problema continua, e a situação é ainda mais crítica nas vagas de cirurgias eletivas. “O problema são os hospitais que não cumprem com o que estão aptos a fazer”, declarou.

A demora ocorre principalmente nas consultas para neurologia, mas há outros casos em que o atraso passou dos dois anos, como nas cirurgias de tratamento das doenças do sistema nervoso.

Prejuízo aos cofres públicos

O Gisa foi criado em 2009, mas ficou marcado pelo favorecimento de empresas e falhas   contratuais a partir das licitações – apesar do preço alto -, o que levou o MPF (Ministério Público Federal) a ajuizar duas ações de improbidade por fraudes na implantação do sistema.

As investigações apontaram que a  Telemídia – empresa que criou o sistema – foi criada apenas para vencer a licitação. A contratação ocorreu à época em que Luiz Henrique Mandetta, do DEM, ocupava a titularidade da secretaria de saúde, enquanto Nelson Trad Filho administrava a cidade.

Responde na ação de improbidade o ex-prefeito de Campo Grande, o ex-secretario de saúde e outras 24 pessoas envolvidas na elaboração do sistema, entre servidores públicos e empresários.

Ao contrário das benfeitorias previstas, a prefeitura da Capital foi obrigada a devolver os R$ 8,2 milhões repassados pela União.O reembolso da quantia milionária é paga até hoje pelo município, e com juros.

Fila de espera

Para a CGU, a execução da política de regulamentação do município é ineficiente na gestão da fila de espera para procedimentos especializados e até mesmo na oferta e uso de leitos. Conforme o relatório, tais fragilidades podem impedir que um paciente seja encaminhado a uma determinada unidade de saúde, mesmo existindo leitos disponíveis.

Com base nas informações que constam no Relatório extraído do Sistema SISREG relativo ao período de 25 de junho de 2015 até 30 de junho de 2015, verificou-se que o tempo de espera para primeira consulta pode perdurar por mais de dois anos para Neurocirurgia e por cerca de oito anos para Neurologia.