Ele foi salvo de extradição pelo presidente Lula

Escritor e ex-militante da extrema esquerda italiana, narrou há dez anos parte de sua fuga em livro publicado no Brasil. Na época passou a ter status de refugiado político e foi salvo de extradição, no último dia de mandato, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Integrante do PAC (Proletários Armados para o Comunismo), Battisti foi condenado à prisão perpétua pelo governo italiano por quatro assassinatos nos anos 70. Antes de chegar ao país, em 2004, passou por México e França, sempre negando relação com os homicídios a ele atribuídos.

Por três anos, o ex-militante viveu clandestinamente até ser preso no Rio de Janeiro (RJ). Em 2009, houve concessão de refúgio político pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. A Itália questionou a medida junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), que votou favorável a extradição, mas condicionou a palavra final ao ex-presidente Lula que, no último dia de governo, salvou Battisti e assegurou-lhe a liberdade depois de quatro anos detido no presídio da Papuda, em Brasília (DF).

Solicitado pelo governo italiano, neste ano, pedido de reconsideração da decisão de Lula tem sido descartado pelo Palácio do Planalto. Ainda assim advogados de defesa do ex-militante recorreram ao STF na esperança de impedir que o presidente Michel Temer (PMDB) mude de ideia sobre a extradição.

Novo capítulo, no entanto, pode prejudicar o italiano. Isso porque acabou preso por evasão de divisas, na quarta-feira (4), ao tentar atravessar a fronteira com US$ 5 mil (cerca de R$ 16 mil) e 2 mil euros (R$ 7,3 mil) em , cidade a 428 quilômetros de Campo Grande. O caso foi associado a uma possível nova fuga de Cesare Battisti, agora para a Bolívia.