Em votação, 418 alunos se posicionaram contra o projeto
Cerca de 50 alunos ocuparam a frente da escola estadual Vespasiano Martins, em Campo Grande, na manhã de hoje (1), em manifestação contra o ensino integral, que deve ser adotado na unidade a partir de 2018.
Segundo a SED (Secretaria de Estado de Educação), a princípio a escola se tornaria integral de forma gradativa, atendendo somente 1º ano do ensino médio. Mas a proposta é de que, caso haja possibilidade, todas as turmas migrem para o novo plano pedagógico.
Segundo o estudante do terceiro ano do ensino médio Maurício Dávila Lacerda, 17 anos, em agosto os alunos se reuniram para votarem o projeto. A votação, que foi registrada em ata, teve 436 votos no total, sendo 418 contra, 17 a favor e 1 voto em branco.
“Teve uma votação, a maioria dos votos foi contra, e mesmo assim estão querendo impor o tempo integral aqui na escola”, reclamou Maurício. Mesmo este sendo o último ano do aluno na escola, ele considera importante lutar pelo direito comum. “Como líder de sala e parte do corpo estudantil, preciso apoiar meus colegas. Acredito na democracia”, afirma.
Em nota, a SED afirmou que os estudantes foram ouvidos e garante que a mudança será de forma gradativa, para não afetar as turmas que já estão na escola e que terão a terminalidade garantida. “Os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer a proposta do Programa Escola da Autoria, por meio de apresentações e conversas coletivas, além da visita de grupos de estudantes da EE Vespasiano Martins, que puderam passar um dia em escolas que já oferecem o Ensino Médio em Tempo Integral em 2017, para conhecer a dinâmica de funcionamento”, esclareceu.
A argumentação dos alunos para que a escola não adote o período integral é a falta de estrutura. “A escola é pequena e daqui os alunos vão para cursos ou para o trabalho depois da aula. Então, não tem condições de passarem o dia todo aqui”, ressalta o adolescente.
Segundo a SED, as escolas que atendem o Programa Escola da Autoria estão inseridas em um Programa de Fomento ao Ensino Médio em Tempo Integral do MEC (Ministério da Educação), que repassa uma verba para apoiar os estados, visando o investimento em adequações necessárias de infraestrutura e materiais, para viabilizar a educação em tempo integral.
Ainda em nota, a SED esclarece o posicionamento em relação à manifestação de hoje. “A Secretaria de Estado de Educação entende e respeita o direito de expressão dos estudantes, entretanto, a função deste órgão é pensar e viabilizar políticas públicas que favoreçam a população em geral, oferecendo melhorias na educação, que reflitam na qualidade da aprendizagem”.
