Famílias carentes foram as mais afetadas
Nem precisa ser tão forte, mas a chuva moderada deste domingo (12) em Campo Grande serviu para mostrar que quem menos tem é aquele que mais perde. Segundo o meteorologista da Uniderp, Natálio Abrãao Filho, o local em que mais choveu na Capital registrou 27 mm. Muito menos que os 40 e, por vezes, 50 mm que são registrados em dias de precipitação intensa. Porém a tempestade foi suficiente para levar aflição a famílias da Capital.
Nos limites do Residencial José Teruel Filho algumas famílias se alocaram e montaram seus barracos, porém o pouco que tem, foi molhado ou estragado pela chuva. A aposentada Pedrona Cardoso de Freitas, de 60 anos, mora com a filha e netos há 4 meses no local. “A chuva me pegou de surpresa. Quase entrou dentro da minha casa, meu marido teve que cavar para a água passar”, relata.
Ivaneide Pereira, 36 anos, e seu companheiro José Martins, 56 anos, não tiveram a mesma sorte. A água molhou móveis e roupas. “A enxurrada entrou na minha casa e molhou tudo. Não tenho mais roupas pra vestir, não dá nem para estender porque vai chover mais. Imagina a chuva vir e molhar tudo que você tem, como você vai dormir”, indaga.
O casal trabalha com reciclagem e não tem ganhos de conseguirem condições melhores para eles e os 5 filhos. “Estamos precisando de tudo, alimento, roupas”, contabiliza. José declara que foi um dos primeiros a chegar no local onde a construção de casas populares estão paralisadas.
“Eu vendi uma moto e um carro velho para tentar terminar a casa”, mostra a construção que fica a frente do barraco onde mora. “Vou fazendo de pouquinho”, explica ele, que já atuou como pedreiro profissional, mas sofreu um acidente de trabalho e não pode mais trabalhar. “Caí de um lugar alto e tive que levar mais de 50 pontos na cabeça. Hoje não posso subir em nada que já fico tonto”, lamenta.
Alagamentos
A chuva desta tarde alagou também alguns pontos do bairro Aero Rancho. Casas na rua José Gilberto Abuassan acumularam água em poucos minutos de chuva. Na casa de Jandira Alves da Silva a água ficou pela altura do joelho e estragou alguns móveis. Segundo sua filha, Rosimeire Alves da Silva Leandro, a surpresa foi pelo fato de a precipitação não ter sido tão intensa e ter causado tanto estrago. Em outra casa, na Vila Anahy, a moradora Andreia Leite Galvao, 49 anos, teve de interromper o almoço para tentar conter a enxurrada.
Precipitação deste domingo
Segundo relatório enviado pelo meteorologista Natálio Abrãao, a média de chuva registrada em Campo Grande neste domingo foi de 12,3 mm. Nas regiões em que foi verificada maior intensidade pluviométrica, os medidores marcaram 27,5 mm nas proximidades do cemitério Parque das Primaveras e 24,2 mm na rua Bernardo Franco Baís, na Vila Carvalho.
