Somente feiras livres existem quase 60 na cidade!

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A bela Cidade Morena completa neste sábado (26) 118 anos, ou seja, embora centenária, é uma jovem senhora frente a maioria das outras capitais. Porém, não é por isso que os números de Campo Grande são menos surpreendentes, para o bem ou para o mal.  Esta é a primeira matéria de uma pequena série especial pelo aniversário da cidade, que focará nos fluxos imigratórios de Campo Grande. Só que antes de falar especificamente de quem mora por aqui, vale a pena saber algumas curiosidades sobre a cidade, que você vê a seguir.

 

Ainda não somos um milhão

Muita gente sonha com a marca cosmopolita de 1 milhão de habitantes, possivelmente ignorando que quanto mais populosas, mais problemas as cidades enfrentam. Mas o fato é que Campo Grande ainda está um pouco longe desta marca. A última projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é de que a cidade tenha cerca de 864 mil habitantes em 2016. No Censo de 2010, o número era de 787 mil, o que daria uma densidade demográfica de aproximadamente 97 habitantes por km². Na época, a taxa de crescimento observada foi de 1,72% ao ano.

Campo-grandenses durante greve-geral em 2017 (Foto - Cleber Gellio/Midiamax)

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Onde mora mais gente?

Caiu por terra o mito de que o bairro Moreninha era o mais populoso da Capital – o título atualmente pertence ao Aero Rancho, que totalizava 36 mil habitantes em 2010, quando o Censo foi realizado. Na mesma região – o Anhanduizinho – o Centro-Oeste surge com quase 25 mil moradores, seguido do Pioneiros, com 16,5 mil. Na região urbana do Bandeira, há empate técnico entre os bairros Tiradentes (21.896 habitantes), Universitário (21.704) e as Moreninhas (22.711). 

Bairro mais populoso de Campo Grande é o Aero Rancho (Foto - Acervo Midiamax)

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Na região central, o Cruzeiro surge à frente com cerca de 12,5 mil habitantes. No Centro, são 11,5 mil, seguido pelo São Francisco, com 10,34 mil. No Imbirussu, o Santo Amaro contabiliza 23,5 mil moradores, enquanto a Vila Popular surge com 18,8 mil. No Panamá, são 17,9 mil. Na região do Lagoa, o São Conrado é o bairro mais populoso, com 18,5 mil habitantes, seguido pelo Leblon (11,3 mil) e pelo Tijuca (14,1 mil).

No Prosa, o Noroeste aparece com 13,1 mil habitantes e o bairro Novos Estados, com 11,5 mil. Na região do Segredo, o Nova Lima é o campeão e o segundo bairro mais populoso da cidade, com 35,5 mil moradores. Por fim, na região, Vila Nasser vem na sequência com 25,6 mil habitantes, seguido pelo Coronel Antonino, com 20,3 mil pessoas.

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Acima da média

Os indicadores econômicos mostram que Campo Grande até está bem na fita, se considerarmos alguns aspectos. Segundo levantamento de 2014 do IBGE, o PIB per capita no município foi de R$ 28.349,62 e o IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), em 2010, foi de 0,784, que é considerado elevado (a partir de 0,8, passa a ser considerado MUITO elevado). O índice nacional, por exemplo, é de 0,75. 

Praça Belmar Fidalgo, local de práticas esportivas no centro da Capital (Foto - Acervo Midiamax)

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Porém, a capital sul-mato-grossense está em 12º lugar entre as capitais, ficando atrás de Florianópolis (SC), Vitória (ES), Brasília (DF), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ), Palmas (TO) e Cuiabá (MT), respectivamente. Fica, também, em último lugar entre as cidades do centro-oeste.

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Distribuição de renda

Por outro lado, mesmo com o PIB generoso, a distribuição de renda não é das melhores. Em 2015, a média de remuneração do campo-grandense era de 3,5 salários mínimos, ou seja, aproximadamente R$ 2.758,00.

Campo-grandenses na fila para o saque do FGTS (Foto - Cleber Gellio/Midiamax)

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Casa, descasa

No último levantamento do IBGE, ocorrido em 2015, o número de casamentos registrados foi de 8.258. Porém, o número de divórcios judiciais foi de 3.399, só na primeira instância. Divórcios por escritura pública, ou seja, em cartório, foram 195.

Casamento Coletivo no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Foto - Divulgação)

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Fé em Deus e pé na tábua

A maioria dos campo-grandenses ainda professa a religião católica. São cerca de 409 mil devotos, de acordo com o Censo 2010, levantamento feito pelo IBGE. Em segundo lugar, vêm os evangélicos, totalizando cerca de 240 mil pessoas. Espíritas surgem em terceiro, totalizando cerca de 28 mil pessoas, seguidos de quase 84 mil que afirmam não ter religião. Apenas 1880 pessoas se declararam como budistas e cerca de 2 mil como umbandistas ou do candomblé. Apesar da grande comunidade árabe na cidade, só 273 afirmaram ser islamitas.

Igreja de São Benedito, na Comunidade Tia Eva (Foto - Acervo Midiamax)

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Educação, presente

Segundo o levantamento de 2010, a taxa de escolaridade entre crianças e adolescentes de 6 a 14 anos é de 98%, um índice que coloca a Capital em 2065° (entre os 5570 municípios brasileiros) e 23° lugar no Estado e é considerado alto. Em 2015, éramos 18.276 estudantes matriculados no ensino pré-escolar, 117.671 no ensino fundamental, 32.167 no ensino médio e 31.189 no ensino superior e técnico. Está bom, mas pode melhorar, não é?

Crianças que estudam na rede municipal de ensino (Foto - Arquivo Midiamax)

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Árvores

O índice de arborização de Campo Grande é considerado altíssimo: 96,3% considerando vias públicas. É onde subimos no ranking nacional e estadual: conquistamos o 685º e o 34°, respectivamente. Não é a toa que somos conhecidos como a Capital dos Ipês, não é? Vale lembrar, no entanto, que a espécie mais abundante na cidade é o oiti: segundo dados do IBGE, a espécie representa mais de 18% das árvores plantadas em Campo Grande. Já em relação aos ipês, a primeira espécie que aparece nesta relação (e na 10ª posição) é o ipê roxo, com 1,65% do total.

Parque das Nações Indígenas (Foto - Cleber Gellio/Midiamax)

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Cidade das feiras

Pasme! São quase 60 feiras livres em Campo Grande, distribuídas por todos os dias da semana: aos domingos, existem sete feiras cadastradas. Nas terças-feiras, são oito. Nas quartas, quintas e sextas, 10 feiras espalhadas pela cidade, incluindo aí a Feira Central. Sábado tem 12 feiras registradas na Prefeitura. E as segundas? Bem, segunda não é dia de feira, pelo menos na lista oficial.

Feira Central, em Campo Grade (Foto - Arquivo Midiamax)

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Gente de todo canto

A história de Campo Grande começa oficialmente com a chegada do mineiro José Antônio Pereira às terras do então ‘Campo Grande da Vacaria’, em 21 de junho de 1872. Mas, de lá para cá, gente de várias parte do país e até mesmo do lundo ajudou a desenvolver a cidade. Tem gente de todo canto: mineiros, japoneses, paulistas, sírios, libaneses, paraguaios, bolivianos, gaúchos, indígenas, nordestinos e mais. Os detalhes da vida dessas comunidades, a propósito, é o que você encontra nas próximas matérias da série.

Bon Odori, festa tradicional japonesa trazida a por imigrantes orientais (Foto - Divulgação)