E de mais R$ 1,2 bi para pavimentar resto da cidade
As operações ‘tapa-buraco‘ têm marcado o dia-dia do campo-grandense ao longo dos últimos anos, e o cenário é quase o mesmo para grande parte da população, com ruas esburacadas e remendadas. A solução seria simples, se não fosse o alto valor investido. Para recuperar todas as ruas asfaltadas da Capital, o Poder Público precisaria investir R$ 2,5 bilhões, conforme levantamento ds Prefeitura de Campo Grande.
Por causa da manutenção ruim, e da demora em fechar os buracos, boa parte das vias da Capital está com a estrutura comprometida. E o que seria a solução definitiva de custo bilionário é praticamente inviável, tendo em vista que orçamento anual da cidade é de R$ 3,5 bilhões. Somente a recuperação das ruas custaria 71% do que a prefeitura tem em caixa para utilizar durante todo o ano de 2017.
O valor pode ficar ainda mais alto quando se leva em consideração que 40% dos 2,8 mil quilômetros das vias da cidade sequer possuem pavimento asfáltico. Recapear as ruas que já existem e asfaltas as vias que nunca receberam lama asfáltica poderia custar R$ 3,2 bilhões.
Campo Grande tem 1,1 mil quilômetros de ruas sem asfalto. De 126 bairros verificados pelo Jornal Midiamax, 56 não estão totalmente asfaltados. A cidade tem 387 áreas residenciais – incluindo o centro -, divididos por 74 bairros, 7 regiões e 2 distritos.
40 anos sem manutenção
Ao todo são 1,7 mil quilômetros de ruas asfaltadas, a maioria construída há 30, 40 anos, e nunca renovados. O tempo útil de um asfalto é entre 5 e 10 anos, e a consequência do tempo avançado destas vias, sem manutenção adequada, são as dezenas de buracos que pode-se contabilizar em um metro quadrado. Sem contar os remendos.
Exemplo do asfalto vencido é o da Rua Maracaju, que recebeu asfalto novo na década de 1970, à época do encanamento do córrego, e que desde então nunca mais recebeu novos pavimentos e está danificada em toda a sua extensão. “Percebemos que nestas ruas, como a Maracaju, não há um desnível entre o asfalto e a vala do meio-fio. Quando a rua recebe camadas do recapeamento, existe desconformidade.”, explicou Rudi Fiorese, Secretario Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos.
Enquanto as ruas não recebem a solução ideal, a prefeitura tentar atenuar o problema com uma série de tapas-buracos de custo milionário, mas de efeito curto. As ruas remendadas são o exemplo de que a operação existe há muito tempo e sem o resultado esperado.
De acordo com Rudi Fiorese, a saída é o recapeamento, mas na falta de recursos o município continuará realizando a operação pontual, e descartou que o tapa-buraco seja desperdício. “Tem que fazer a cobertura dos buracos de qualquer jeito, até para o recapeamento é necessário”, defendeu. “O asfalto está vencido, ele tem mais de 40 anos, o tapa-buraco é indispensável”, acrescentou.