Publicação da exoneração ocorreu no último dia 12 de junho

 

O comando da ABM (Academia de Bombeiros Militar) foi trocado, na última segunda-feira (12), após exoneração do Tenente Coronel Francimar Vieira da Costa.  No fim do mês de maio, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul abriu investigação para apurar denúncia de racismo, humilhação, falta de materiais e irregularidade na carga horária no curso de formação de sargentos da corporação. A corporação ainda não informou se a saída do oficial tem ligação com as denúncias.

Segundo publicação no Diário Oficial do estado, do último dia 12 de junho, a exoneração, por interesse próprio, tirou o tenente coronel Francimar Vieira da Costa do comando da ABM e o nomeou chefe da 3ª Secção/EMG (BM-3).

Por necessidade do serviço, a mesma publicação traz a nomeação do major Luidson Borges Tenório Noleto para exercer provisoriamente a função de Comandante da ABM, a contar do dia 12 de junho.

O tenente coronel Marcello Fraiha que estava à frente da 3ª Seção/EMG (BM-3) foi exonerado, mas não recebeu nomeação em outra função.

Denúncia

Bombeiros trocam comando da Academia após denúncia de racismo e assédio

Alguns materiais utilizados, inclusive, estariam emprestados para outros quarteis. Por essa razão, há três semanas a carga horária de aula foi reduzida pela metade. Dessa forma, 66 militares permanecem sem aula e o fim do curso foi prorrogado para o mês de agosto ou setembro.

Ainda conforme a denúncia, os formandos foram expostos ao sol, enquanto eram chamados de “lixo”, por diversos instrutores e pelo Comandante da Academia. Em sala de aula, militares enfrentaram comentários pejorativos e racistas, do tipo: “vou formar uma guarnição só de negro e colocar um branco para tomar conta da pretada”. A frase teria sido seguida de nomes dos possíveis componentes, que fariam parte da tal guarnição: todos negros.

No mesmo dia, durante formação no sol, um militar com diarreia pediu para ir ao banheiro e foi obrigado a deixar as fezes no vaso para conferência do Comandante da Academia. A compra de uniformes de sargentos por cerca de R$ 750 também teria sido um dilema. Os militares, até mesmo os do interior que não possuem auxílio, teriam sido obrigados a adquirir a vestimenta.

Ao Jornal Midiamax, a instituição informou que as matérias do Curso de Formação de Sargentos seguem rigoroso planejamento, elaborado através de Quadro de Trabalho Semanal, que estabelece 10 horas aula diárias, de segunda e quinta-feira e 5 horas aula na sexta feira, respeitando-se os horários de almoço bem como os intervalos matinais e vespertinos.

Quanto ao deslocamento de alunos para os locais de instruções declarou que são disponibilizadas viaturas apropriadas (van, ônibus e caminhonete). O deslocamento dos alunos com meios próprios, segundo a assessoria, dá-se quando solicitado por determinados grupos e atendendo às demandas de conveniência dos mesmos.

O término do curso, segundo posicionamento, está previsto para 4 de agosto de 2017 e sobre a falta de materiais destaca que os investimentos do Governo de Estado têm impactado a unidade de formação militar, porém, que o comando possui projeto de reestruturação ampla de sua reserva de materiais e não há como afirmar que não existem equipamentos e materiais para instrução.

A compra de uniformes, não foi imposição do Comando, tendo em vista, previsão em Lei em que os mesmos receberão auxilio fardamento ao término de curso. Porém, para realização da formatura de conclusão do curso, estes deverão se apresentar devidamente uniformizados.

O Comando da Corporação determinou abertura de processo administrativo para apurar as denúncias de humilhação, agressão verbal pejorativa e racista os fatos. Não foi esclarecido como as denúncias chegaram à corporação. Segundo a assessoria de imprensa, “qualquer dado mínimo que indique veracidade do local ou acontecimento é responsável pela abertura de um processo administrativo”, sem depender do número de denúncias.