Os itens podem ser repostos só em agosto

No último mês, quem precisa de insulina lantus para o tratamento de pela rede pública de saúde não tem encontrado o medicamento. O remédio que é fornecido obrigatoriamente pela Prefeitura de , após ordem judicial, sumiu das prateleiras das farmácias dos postos de saúde no começo do mês passado e, de acordo com a Sesau, os itens podem ser repostos até agosto. 

A Sesau   informou que os itens serão repostos em até 60 dias, e alegou que a falta dos medicamentos ocorreu porque havia uma “demanda reprimida” de pacientes esperando pela insulina, e acabou antes do previsto. Segundo o órgão, a primeira compra deste ano foi feita em março e deveria durar por três meses, portanto, até o mês de junho. Os prejuízos seriam consequência das falhas de licitação da gestão passada, que implicaram no abastecimento das farmácias dos postos de saúde da Capital no início do ano. 

Um dos pacientes que aguarda a insulina é o aposentado Francisco José Barros Corrêa, 51 anos, que sofre de diabetes mellitus tipo 2. Ele conta que conseguiu na justiça ainda em 2015 o direito ao medicamento gratuito, mas o fornecimento nunca foi regular. “No ano passado ficamos meses sem receber, e está se repetindo”. “Ligo todo dia no Cem para perguntar que dia vai ter meu remédio, mas eles nunca têm resposta”, lamenta. 

A preocupação de Francisco é com as sequelas que a falta de tratamento provoca em indivíduos diabéticos. “A cegueira é a maior preocupação, e eu tenho acompanhamento para não acontecer isso, mas e aqueles que não tem? Apenas ficam sem tratamento”, refletiu. Em sites de venda de medicamentos, a Insulina Lantus chega a custar mais de R$ 400. 

A judicialização se tornou alternativa para obtenção do medicamento ou tratamento, e o município ou Estado fica obrigado a fornecer remédios especiais e normalmente de alto custo, é garantido o Direito integral à saúde proposto pela Constituição da República de 1988. A Sesau não informou o número de doentes que possuem o direito na Capital, mas adiantou que é algo em torno de R$ 10 milhões por compra, que normalmente é feita a cada 3 ou 4 meses. 

De acordo com o TJMS (Tribunal de Justiça de ), em Campo Grande, de janeiro a novembro de 2016 foram distribuídos 1622 processos de pacientes lutando por tratamentos. O número representa aumento de cerca de 100%, já que em 2015 o número de processos foi de 871.