Família está muito abalada por falta de novidades

Amigos e familiares de Kauan Andrade Soares dos Santos, de 9 anos, morto no final do mês de junho, protestam na tarde deste sábado (12), para que o caso não seja esquecido. Cerca de 50 pessoas caminham pela Avenida Afonso Pena, no trecho entre a Praça do Rádio e a Prefeitura com apitos e cartazes.

De acordo com Maria José, 53 anos, amiga da família, o objetivo do movimento é um clamor contra os crimes de pedofilia e feminicidio. “As pessoas precisam assumir a responsabilidade com as crianças. O governo precisa investir em políticas públicas para elas nas escolas das periferias. Assim também como a sociedade precisa cuidar mais das nossas crianças. Elas devem ser prioridade para que não aconteça o mesmo que aconteceu com o Kauan', disse.

Para a família a ausência do menino e a falta de novidades no caso têm sido motivos de muito sofrimento. “A gente não tem mais notícias. O delegado disse que tão investigando, mas não tem nenhuma novidade. A gente tá sofrendo muito”, contou dona Nilza Felipa dos Santos, 72 anos e avó de Kauan.Amigos e familiares protestam para que caso Kauan não seja esquecido

Ela ainda disse ao Jornal Midiamax, que o avô do menino que sofre de Alzheimer e tem 87 anos pergunta bastante do neto. “O avô dele tem Alzheimer tá sofrendo muito. Amanhã é dia dos pais e ele tá bem debilitado perguntando pelo neto”, contou.

Estavam presente também a mãe e o padrasto de Kauan. Joanete dos Santos Andrade disse apenas que não encontraram nada ainda nas buscas. E o padrasto, Ismaile Pereira Vasques, afirmou que a relação entre ele e o menino era muito tranquila e que ele está fazendo muita falta, principalmente neste dia dos pais.

Participaram também do protesto, Eliane Aparecida Nascimento,  mãe do menino  Luiz Eduardo, o Dudu, que desapareceu em 2007. Na época o garoto tinha 10 anos e teria sido morto pelo padrasto. E a mãe da musicista Mayara Amaral, Ilda Cardoso. Com 27 anos, Mayara foi morta pelo baterista Luís Alberto Bastos Barbosa, 29 anos, com golpes de martelo, dentro de um motel na Capital

O caso

Kauan desapareceu da casa da família, no Aero Rancho, no dia 25 de junho. O menino cuidava carros na região quando foi visto pela última vez. A família registrou boletim de ocorrência e as investigações foram realizadas pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). Foram mais de 20 dias sem notícias até o dia 22 de julho, quando o caso foi esclarecido.

Durante as investigações do desaparecimento, um adolescente de 14 anos acabou apreendido por envolvimento no crime. Ele relatou à polícia que atraiu Kauan na noite do dia 25 de junho para a casa do pedófilo. A criança teria falecido enquanto era violentada.

Buscas

No dia 25 de julho o Corpo de Bombeiros encerrou as buscas pelo corpo de Kauan, até que novas pistas surgissem. Na ocasião a mãe do menino, relatou à imprensa que tinha esperanças de que o corpo do filho fosse encontrado, pois ele precisava ser enterrado.

Nesta semana, os familiares e amigos iniciaram buscas indenpendentes, junto com alguns participantes de um grupo criado no WhatsApp desde o sumiço de Kauan. Eles portavam enxadas e facões e desceram até as margens do Córrrego Anhandui para reconhecer o território. O grupo era formado por cerca de 10 pessoas.

Prisão 

O suspeito de matar e jogar Kauan no Córrego Anhanduí ficou detido 10 dias em uma das celas da Derf (Delegacia Especializada em Roubos e Furtos) antes ser levado ao IPCG (Instituto Pena de ), no último dia 31 de julho, onde deve cumprir prisão preventiva.

Informações preliminares davam conta de que ele havia dado entrada na unidade, no dia 27 de julho, porém, de acordo com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), a transferência aconteceu somente no dia 31.