7% que Uber vai pagar à Prefeitura não devem encarecer tarifa, dizem vereadores
Motoristas são favoráveis à regulamentação
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Motoristas são favoráveis à regulamentação
Será republicado no Diário Oficial de Campo Grande na tarde desta terça-feira (16) o decreto que regulamenta a atividade dos motoristas que trabalham com aplicativos de carona em Campo Grande. Motoristas aprovam medida, pois acreditam que vai facilitar o trabalho, evitando atrito com taxistas e mototaxistas. A aposta dos vereadores está no fato de que os 7% que a Uber deverá pagar a Prefeitura por viagem, sobre o valor do quilômetro rodado, não vai encarecer as tarifas.
“Vai melhorar. Não teremos problema com fiscalização ou taxistas e mototaxistas. Todo mundo vai trabalhar igual”, afirma o motorista da Uber Luiz Hargreaves Martins Lima, de 46 anos. Ele trabalha com o aplicativo desde que foi lançado em Campo Grande. Segundo ele, a população não tem muito conhecimento sobre o decreto e acredita que nenhum motorista vai ser contra, pois a regulamentação vai equiparar todos os profissionais.
Tarifas aumentam?
O vereador Vinícius Siqueira (DEM) ressalta que o decreto diz que o percentual de 7% é para ser retirado da empresa e que seria um valor irrisório e não deveria afetar o preço para a população. “Sou favorável que a empresa pague, não o usuário, nem que o preço seja acrescido”, defende.
Já o presidente da AMU (), Wellington Dias, acredita que o valor deva ser repassado aos passageiros. “A lógica é: todo valor que incide sobre o produto é de que é repassado para o consumidor final ou o produto deixa de existir. Baseado nesta lógica, as duas opções que a empresa teria seriam repassar para passageiros ou deixar de trabalhar em Campo Grande”, analisa.
Tempo dos veículos
O decreto revista retira a limitação de motoristas, que antes era de 490 profissionais, porém estipula nova regra de que os veículos devem estar no nome dos próprios motoristas e devem ter no máximo 5 anos de fabricação. Segundo Dias, de acordo com sondagens, tal medida retiraria cerca de 80% da frota de motoristas da Uber.
Segundo Vinícius, o decreto vai dar 1 ano de carência para que os motoristas se adequem a esta regra. “Num primeiro momento seriam 7 anos. Isso estimula para que a população tenham carros mais novos”, justifica o vereador.
O presidente da AMU acredita que esta regra também pode afetar o valor das corridas e pode, ainda, deixar as viagens de Uber mais caras que as de táxi. “A população vai ser atingida. Com número menor de carros disponíveis, vai influenciar no preço dinâmico. Vai chegar a ser superior ao valor do táxi, haja visto que o táxi conseguiu 30% de desconto”, explica.
O debate sobre a regulamentação do Uber durou três meses. Participaram representantes do Executivo, da Procuradoria Geral do Município, Agência Municipal de Transporte e Trânsito e Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos, Câmara Municipal, Ministério do Trabalho (MTB), Ministério Público do Trabalho (MPT), Procuradoria do Consumidor, Sindicato dos Táxis, Sindicato dos Mototáxis, Associação dos Motoristas Auxiliares de Táxi, Associação dos Motoristas Auxiliares de Mototáxi, Aplique MS, Associação dos Motoristas da Uber da Capital.
A reportagem do Jornal Midiamax procurou a assessoria de imprensa da Uber para posicionamento sobre o decreto, porém informou que a empresa somente poderia se manifestar após a publicação do mesmo que, até o fechamento deste texto, ainda não havia sido liberada.
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