Empreendimento foi entregue há 3 meses

Dos 272 apartamentos do Residencial Jardim Canguru, 127 estão com irregularidades, segundo a Emha (Agência Municipal de Habitação), quase 50% do total. No sábado (29), 35 servidores divididos em nove equipes, juntamente com a GCM (Guarda Civil Municipal), estiveram fiscalizando o empreendimento, construído com recursos do programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal e entregue em abril deste ano.50% dos apartamentos do residencial Canguru estão com irregularidades, diz Emha

De acordo coma prefeitura, entre as irregularidades foram encontrados beneficiários que não atenderam às equipes da Emha, pessoas que se supostamente se declararam serem parentes do beneficiário, moradores não titulares dos contratos, e informações de que alguns nem teriam se mudado para o local. Apenas 145 moradores titulares assinaram os termos de fiscalização.

As pendências, segundo a prefeitura, foram anotadas em uma planilha e registradas em fotografias.

“Não vamos tolerar esse tipo de situação, até porque fomos intensamente cobrados para que o residencial fosse entregue o mais rápido possível, diante de volume de argumentos desses beneficiários, já que não podiam mais esperar ou continuar a pagar aluguel”, disse Enéas Netto, diretor-presidente da Emha.

Ainda segundo a prefeitura, apenas 12 titulares procuraram a agência para justificar a ausência durante a fiscalização. Todas as unidades teriam sido notificadas para que os titulares comparecessem à sede da Emha nesta segunda-feira (31).

O diretor-presidente, Enéas Netto pontuou que as irregularidades serão colocadas em um relatório que será encaminhado ao Banco do Brasil, que é o agente financeiro e detentor do empreendimento, para que as medidas legais sejam tomadas.

“Frente à quantidade de denúncias, decidimos realizar essa vistoria. Somos questionados todo o tempo quanto aos critérios adotados para a indicação das famílias, mas quando do momento da seleção, os beneficiários comprovam que precisam da moradia social. É triste termos que lidar com casos como o de uma mãe, chefe de família, com três filhos menores de 14 anos e renda mensal de 400 reais, que decide vender seu apartamento por R$ 15 mil. Quem pode contestar que esta pessoa não precisa? Por isso a Emha luta para a moralização da habitação social em Campo Grande”, concluiu.