Moradores moram em área invadida e protestam por casas

Os moradores da favela Cidade dos Anjos, que tiveram os barracos invadidos pela água da chuva e perderam móveis e pertences na última terça-feira (10), fizeram mais um protesto na noite de ontem no cruzamento das Avenidas Presidente Tancredo Neves e Arquiteto Vila Nova Artigas, no Jardim Aero Rancho. O manifesto acabou com a chegada do Batalhão de Choque, depois que moradores da região incomodados com o protesto chamaram a polícia.

O protesto aconteceu, segundo os moradores, no fim da noite de ontem, quarta-feira (11), e os manifestantes fecharam algumas ruas do Aero Rancho, queimaram pneus e impediram a trânsito de algumas vias, o que levou vizinhos a acionarem a Polícia Militar. 

O comandante do Batalhão de Choque, tenente-coronel Marcos Paulo, explicou a ação do batalhão diz que não houve truculência e que o batalhão trabalha com o principio da legalidade, necessidade e proporcionalidade. “Houve uma manifestação e eles bloquearam as ruas. Atearam fogo nos pneus. O Choque foi acionado pelo 190. E nós fomos lá atender”, explica.

Segundo moradores da favela, os policiais chegaram e de forma truculenta disseram a eles para que parassem com a ação, que acontecia em frente a um supermercado, sob pena de uma ação mais rígida. “A gente fez o protesto na frente do São João, não deu nem 15 minutos eles chegaram lá. Ai a gente desceu para o Dênis (outro mercado da regão) e eles foram para lá também. Disseram que se não saísse em 5 minutos iam atacar spray de pimenta na gente”, conta a moradora, que não quis se identificar. 

Logo após este episódio, ela diz que todos foram para a favela, e o Choque chegou lá também e coibiu novos manifestos. “Invadiram a favela e disseram que não era para nos manifestarmos. Que não era para fazer nada. Que não era para agitar ninguém”, critica. 

O coronel Marcou Paulo relata que os policiais apenas conversaram com os manifestantes e explicaram que fazer protesto às 22 horas, incomodando a população, não é o ideal. “Protesto para ganhar casa às 22 horas? As guarnições se fizeram presentes e conversaram com os manifestantes. Não é dessa forma que vai chamar a atenção das autoridades. Eles decidiram pacificamente sair do local. Batalhão não trabalha com ameaças, e sim com uso progressivo da força”, explica.