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Cotidiano

Sob chuva, moradores transferidos correm contra o tempo para montar barracos

Quatro famílias tentavam montar seus barracos nesta tarde
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Quatro famílias tentavam montar seus barracos nesta tarde

Aos poucos uma área localizada no Bairro Vespasiano Martins começa a ser ocupada pelos novos moradores. Até a tarde desta segunda-feira (7) quatro famílias removidas da Cidade de Deus já ocupavam o espaço doado pela Prefeitura de , mas corriam contra o tempo para montar os “novos” barracos e não dormir ao relento.

Perto de um amontoado de madeira, sentada em uma pequena mesa estava Mariana Pereira de Moura, de 20 anos, e sua filha de dois anos comendo a marmitex que foi entregue por uma equipe de assistentes sociais que estava no local. O amontoado de madeira são as peças que montadas formarão o novo lar que ainda está longe de ficar pronto.

Mariana destaca que a preocupação maior desta primeira noite é quanto a noite de sono, já que a mudança foi feita, mas nenhuma ajuda quanto a montagem da estrutura foi dada e muito menos locais provisórios para dormirem foi fornecido. “Além das marmitex, eles só deram uma lona e um saco de pregos”, conta.

A preocupação maior de Mariana é com os dois filhos, de 2 anos e 11 anos. Com o marido na Cidade de Deus ajudado com o restante da mudança, ela conta que sozinha não consegue montar e reconhece que ao menos as crianças precisam de um teto pra dormir. “Vamos ter que montar ao menos uma pecinha para dormir”, ressalta.

Mas apesar de todas as dificuldades, Mariana que disse ter sido a primeira moradora a chegar na Cidade de Deus, tem esperança que no novo local poderá ter uma vida mais digna, sem surpresas desagradáveis. “Tá parecendo que vai ser melhor aqui. Vamos ter água e luz. Só de não ter aquela correria que era quando a Energisa chegava para cortar nossa luz, já vai ser ótimo”, destaca.

Com dois filhos pequenos também, Ramona Ximenes, de 34 anos, compartilha da mesma preocupação de Mariana em relação ao local para as crianças dormirem. “Não vai dar tempo montar, então vão ter que dormir na tenda”, fala apontado para duas grandes tendas montadas pela prefeitura no local. Além disso, Ramona carrega nos olhos a decepção de mudar de local, mas ainda ter que morar em um barraco.

“Eu queria ir mesmo era para uma casa e não só para um terreno, mas bem que eles poderiam deixar montado pra gente chegar e só entrar”, diz relatando em seguida que no local ainda não tem água encanada, nem luz e por isso não conseguirá nem tomar banho. “Ainda estão ligando a água e a luz, então não vai ter água nem pra tomar banho”, relata.

Mas mesmo em meio as adversidades a reportagem do Jornal Midiamax encontrou uma mulher que não fez nada além de agradecer. Edna Marcelino da Silva, de 58 anos, contou que morou durante 3 anos na Cidade de Deus e vê a oportunidade de sair de lá como uma bênção de Deus. Sozinha, ela foi a primeira a chegar na área no Vespasiano Martins e se esforçava para usar a cavadeira e abrir os buracos para construir o barraco.

Com o sorriso no rosto ela não reclamou nem na hora em que a reportagem perguntou onde ela iria dormir caso o barraco não ficasse pronto. “Eu durmo debaixo da lona minha filha, mas vou agradecer muito porque o lugar é meu”, ressalta.

Dona Edna conta que respira aliviada em saber que agora, mesmo que continue morando em um barraco, terá um lugar para chamar de seu. “Aqui vai ser bem melhor, porque vou viver com mais dignidade sabendo que ninguém vai me tirar daqui. Olha até comida a gente tá ganhando aqui. Glória a Deus”, diz contente olhando para o assistente social que lhe entregava uma marmitex.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para esclarecimentos a respeito dos barracos que não serão montados a tempo, mas até a publicação desta matéria não obtivemos resposta.

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