No Vespasiano Martins antigos moradores da Cidade de Deus começam a construir casas
Esta Sexta-feira Santa (25) começou movimentada e com muito trabalho para as 26 famílias, que no último dia 7 foram removidas da Favela Cidade de Deus, para uma área disponibilizada na Rua Renato Nasser, no Vespasiano Martins, próximo do Los Angeles, na região sul de Campo Grande. Os barracos foram alagados durante a chuva nesta madrugada e o feriado será de muito trabalho para os moradores que começaram a construir casas no local.
O servente de pedreiro Jefferson Soares de Almeida, de 25 anos, que mora no local com a esposa e o filho, também teve a casa alagada, mas apesar do transtorno, afirma que a área onde vive com a família, é melhor que a antiga moradia.
“Pelo menos aqui é nosso. Estou trabalhando para construir uma casa digna. Se a chuva deixar vou passar o feriado construindo minha casa. O domingo de Páscoa será de muito trabalho. Pretendo terminar rápido”, afirma.
A dona de casa Ivanir Coene, de 55 anos, mora no local com dois netos, ainda pequenos. Ela diz que também teve o barraco alagado. “A noite foi bem complicada. Fiquei com medo da chuva levar o telhado da casa. As crianças ficaram assustadas, mas não adianta fazer nada porque a água entra de qualquer jeito. A nossa Páscoa vai ser no barro e correndo da chuva, mas ainda assim é melhor que no lixão”, salienta.
Até o momento, das 26 famílias transferidas para o Vespasiano Martins, três começaram a construir casas de alvenaria. Os terrenos foram distribuídos conforme informações contidas no cadastro de cada família, que ainda terão crédito no Banco Canindé para comparem materiais de construção para levantar as residências.
Cidade de Deus –
As famílias que permanecem na Cidade de Deus, também na região sul da Capital, sofreram por conta da chuva. Vários barracos foram alagados e os moradores tiveram prejuízos.
Grávida de nove meses, Deise Campos, de 21 anos, que mora na Cidade de Deus com o marido e um filho de três anos, afirma que teve parte da varanda danificada.
“Minha casa alagou e meu marido teve de fazer uma valeta para a água escoar. Puxei com rodo, mas continua tudo úmido. Tive de jogar comida fora porque molhou e estragou. Meu filho ficou assustado porque ventava muito. Agora só Deus sabe como vai ser o domingo de Páscoa”, lamenta.
A catadora Elaine Souza Lopes, de 35 anos, mora no local com dois filhos de 15 e 17 anos, não teve o barraco alagado, no entanto, a varanda também foi danificada. A chuva alagou algumas casas, mas a minha não. Só quebrou a madeira da varanda”, relata. Atualmente 58 famílias permanecem na Cidade de Deus.
