Serviço atinge até a saúde da população

Você que mora em Campo Grande está satisfeito com sua internet ou com o sinal do seu aparelho celular? Agora imagina se morasse no interior, mais precisamente em Figueirão, a 250 quilômetros de Campo Grande. A situação é tão feia que o prefeito Rogério Rosalin chegou a encaminhar ofício para a Oi e para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), solicitando providências.

 “A falta de internet e a oscilação na está dificultando o atendimento na Unidade Básica de Saúde e no hospital do município. Não temos acesso ao sistema Sisaude, que registra todos atendimentos, e quanto a transferência de pacientes, muitas vezes não temos como pedir vagas em Campo Grande, cabendo a nós recorrermos a municípios vizinhos”, explicou a secretária municipal de saúde de Figueirão, Altair Avila.

Em resposta, a Oi disse que está “seguindo critérios técnicos, econômicos e de mercados rigorosos, realizando vultuosos investimentos na expansão da sua área de atendimento no Estado de Mato Grosso do Sul”. A resposta não atende em nada a população, que continua com problemas.

O morador de Figueirão, Alessandro Consolaro, confirma a dor de cabeça. Ele contou que o sinal era razoável até há algum tempo atrás, mas que a situação ficou complicada. “Arrebentou um fio, em decorrência de um raio. De lá para cá as pessoas estão reclamando que o sinal não é o mesmo. Eu, quando vou para um sítio, há 13 quilômetros, não tenho sinal”, reclamou.

Alessandro conta que a maioria da população do município está na zona rural e sofre com a falta de comunicação. “Eu não consigo falar com clientes que estão nas fazendas. Sinal de internet, então, é péssimo. As empresas vendem 10 gigas e não chega a um. Aqui só tem a OI, que é uma catástrofe”, protestou.

Em Costa Rica a reclamação é grande. Edson Moraes diz que três operadoras pegam, mas de maneira precária. O problema com a telefonia é grande, mas a reclamação maior é com a internet. “Tem promessa de passar para três gigas, mas nada até agora. O dia que chove é problema aqui”, relatou.

O vereador de Alcinópolis, Marcão (PMDB), também revela problemas por lá, onde só a OI funciona. “O sinal de telefone é razoável, apesar de pegar apenas na zona urbana. Na zona rural as pessoas recorrem a antenas. Agora, a internet do celular é péssima”, reclamou.

A Assembleia Legislativa chegou a fazer uma CPI para investigar os problemas na telefonia, o que levou as operadoras de telefonia que atendem o estado de Mato Grosso do Sul a assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto com a Defensoria Pública, a Assembleia Legislativa e Procon.

O acordo estabeleceu que as empresas devem investir R$ 100 milhões em dois anos para atender a demanda de serviços, incluindo a instalação de 400 novas antenas. O TAC também prevê a prestação detalha de informações sobre investimentos para a Assembleia Legislativa e mutirões presenciais para a resolução de cobranças indevidas e a divulgação das “zonas de sombra”, áreas com possível ineficiência do sinal. Pelo TAC, o consumidor terá que ser informado de locais onde não há sinal para a operadora.