Laboratório atrasou entrega, segundo SES
A fibrose cística é uma doença genética, crônica e ainda sem cura. Se diagnosticada precocemente, o paciente pode ter uma vida praticamente normal. Mas, para isso, é necessário tratamento adequado com remédios. Porém, essa medicação está em falta na Casa da Saúde, em Campo Grande, unidade da SES (Secretaria Estadual de Saúde).
O pequeno Pedro Henrique tem 3 anos e é portador de fibrose cística. Na manhã desta quarta-feira (26), a mãe dele, Geovana Delmondes da Silva, foi até a Defensoria Pública para tentar descobrir um meio de conseguir o remédio para o tratamento da doença, a pancreatina 25 mil, por meio da rede pública de saúde, já que cada caixa custa R$ 120 na farmácia.
“Estou aqui pelo meu filho, mas várias mães estão enfrentando esse problema e já tem criança internada. No nosso grupo, são 42 pessoas com fibrose cística, que é uma doença rara. Desde maio, a Casa da Saúde está enrolando com esse remédio. Agora, acabou para o meu filho também. Se eu for comprar, vou gastar R$ 1,2 mil por. Além disso, ainda tem suplemento e vitamina, que também são caros”, explica.
O Governo do Estado informou que o medicamento está em falta, pois, o laboratório fabricante (Abbott) está com problemas de matéria prima.
“Isso atrasou a produção de lotes não só de Mato Grosso do Sul como também de outros estados, já que é o único laboratório que distribui este medicamento. A entrega estava prevista para o dia 27/09, mas com o atraso e a liberação de documentação pela Anvisa, a previsão dada pelo fabricante foi de que até a semana que vem o lote do Pancreatina 25 mil estará normalizado”, informou em nota a SES.
Preocupada, Geovana diz que teme mais ‘enrolação’. “Eles sempre falam que estão normalizando esse medicamento. Que vai ter na semana que vem, mas a semana que vem nunca chega”. A mãe já obteve orientação na Defensoria Pública e na próxima semana, todos os documentos solicitados pelo defensor serão entregues.
A Fibrose Cística atinge cerca de 70 mil pessoas em todo mundo. Um gene defeituoso e a proteína produzida por ele fazem com que o corpo produza muco de 30 a 60 vezes mais espesso que o usual. O muco espesso leva ao acúmulo de bactéria e germes nas vias respiratórias, podendo causar inchaço, inflamações e infecções como pneumonia e bronquite, trazendo danos aos pulmões.