Selco admite que recebe em dia da Prefeitura e atribui demissões a crise

Empresa demitiu funcionário por crise financeira

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Empresa demitiu funcionário por crise financeira

O diretor da Selco Engenharia, Antônio Celso, confirmou na manhã desta quarta-feira (22), em entrevista ao Jornal Midiamax, que a Prefeitura de Campo Grande não deve à empresa e justificou que demitiu funcionários por crise financeira.

“A Prefeitura de Campo Grande não nos deve nada de tapa-buraco. Tivemos bloqueio de bens, ainda não recebemos de outros contratos, então, pagamos aos poucos. Fizemos isso para não ter de demitir ninguém, mas não teve jeito”, justifica.

Nesta manhã, o presidente do do Sintcop-MS (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Afins de Mato Grosso do Sul), Walter Vieira dos Santos, disse que a empresa demitiu parte dos funcionários que paralisaram os serviços na terça-feira (21), por falta de pagamento.

O diretor da empresa, por sua vez, defende que estava com quadro de funcionários acima do necessário para o período e fez as demissões para aliviar as finanças. “Não foi retalhação pela paralisação e nem poderia fazer isso, mas tenho de me adequar. Estamos aparando arestas para não perder mais. Não gostaria de demitir ninguém, mas cheguei a um ponto que tenho de fazer isso”, afirma.Selco admite que recebe em dia da Prefeitura e atribui demissões a crise

Segundo ele, foram demitidos 23 funcionários. Celso explica ainda que alguns terão de ser recontratados para fazer novos serviços.

“Dentro do prazo legal podemos recontratar para novas obras. Estávamos segurando com prejuízo porque precisaremos deles em outros trabalhos. Seguramos porque sabemos que a situação está difícil para todo mundo. Já havíamos explicado para o Sindicato, mas os problemas se tornaram insustentáveis. Nosso faturamento ontem foi zero. Pegamos o grupo mais exaltado, que para nós não é interessante e deixamos os mais parceiros e isso é óbvio, uma empresa não vai querer colocar pessoas que são do contra”, explica.

Quanto às obras de tapa-buraco, Celso assegura que o serviço não é prejudicado. “Estamos com quatro equipes trabalhando nas ruas. Continuamos direcionando de acordo com determinação da Prefeitura, que ontem nos chamou a atenção com toda razão porque não nos deve e temos de cumprir o contrato”, ressalta.

Atualmente a empresa conta com 120 funcionários. O valor do contrato com a Prefeitura não foi confirmado. Já o custo com funcionários, conforme o diretor da empresa, é de R$ 300 mil. A previsão, conforme o diretor da empresa, é de que a folha de pagamento seja liquidada até sexta-feira (24).

Bloqueio

Em março deste ano a empresa teve os bens bloqueados por determinação judicial motivada pela força-tarefa criada pelo MPE (Ministério Público Estadual) após a Operação Lama Asfáltica, realizada pela Polícia Federal em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União) e o MPF (Ministério Público Federal).

Segundo os promotores de Justiça, houve atos de irregularidades na contratação de pequeno grupo de empresas, danos que custaram ao erário público mais de R$ 372 milhões até janeiro de 2015. Somente a Selco recebeu R$ 28,7 milhões até junho do ano passado, todos devido a obras do tapa-buracos feitos em Campo Grande.

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