Sesau devolveu mil litros de produto vencido à SES

O secretário estadual de Saúde Nelson Tavrares rebateu as reclamações da Prefeitura de sobre a entrega de um lote de inseticidas vencido desde 2013, afirmando que a data de validade que consta no frasco não pode ser determinante para a qualidade do produto, visto que o ministério da Saúde submeteu amostras do material a testes antes de enviá-los para o Estado, emitindo uma nota de confiabilidade junto ao lote.

Segundo Tavares, o procedimento é feito ‘há décadas' pelo ministério e a Prefeitura deveria ter conhecimento disso. “É uma tristeza que uma autoridade sanitária desconheça que isso é uma rotina, avaliar e reavaliar a data do vencimento. Se o produto esta em condições, ele está preservado, foi armazenado em condições corretas, as embalagens estão perfeitas, está funcionando, a data que está no rótulo não tem importância e o ministério manda uma nota anexada que ele testou aquele lote”, destacou.

O secretário ainda afirmou que é normal algumas pessoas terem dúvidas nessa situação, mas que o Executivo, como órgão gestor, deveria saber como funciona os procedimentos do ministério. “Isso ai é só uma questão de total desinformação, da importância de um assunto desse. Nós não estamos falando de merenda escolar. Isso não é uma brincadeira. É uma coisa séria”, afirmou Tavares.Secretário acusa Prefeitura de desinformação ao defender inseticida

Por fim, o secretário admitiu que o inseticida está em falta no mercado e que o governo federal tem disponibilizado uma quantidade muito inferior a solicitada pelo Estado. “Nós estamos pedindo 20 mil litros, o ministério disponibiliza 1 mil. O problema é que não existe no Brasil quantidade suficiente, porque estamos diante de uma epidemia que surpreendeu o Ministério. É necessário exportar mas também estão tendo dificuldades em achar”, explicou.

O secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca manteve o discurso de que o produto está vencido e por isso foi devolvido. “Não tem como usar e nós devolvemos para o Estado. O veneno está vencido desde 2013 e óleo desde maio de 2015”, detalhou.

Segundo o secretário, sem o produto o fumacê fica suspenso, dando ainda mais espaço para o Aedes se reproduzir. “Enquanto o veneno era aplicado, o número de notificações não era tão grande”, finalizou.