Prefeitura teria dito pagar R$ 2.546,00, enquanto vencimento é de R$ 1.697,37

Propaganda veiculadas na TV de que a Prefeitura estaria pagando salários acima do Piso Nacional aos professores da Reme (Rede Municipal de Ensino de ) irritou a categoria, que prepara agora três dias de manifestações para exigir que a lei seja cumprida. A partir desta terça-feira (15), a ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) irá fazer uma série de atividades, tendo como foco caminhadas de protestos pelo centro da Capital. Cidades do interior que também não estão cumprindo a lei vão aderir aos protestos.

A categoria, que defende 6 mil trabalhadores, reclama das informações veiculadas pela Prefeitura de Campo Grande que estaria pagando o piso salarial de R$ 2.546,00 aos professores da Rede Municipal, por 20 horas, enquanto que na verdade o vencimento seria de R$ 1.697,37.

Presidente da ACP, Lucílio Souza Nobre, diz que as propagandas dão a entender que a categoria está mentindo, e que os protestos são para mostrar quem é o mentiroso da história. “Tá dando a entender que somos mentirosos. Quem é o mentiroso da história? Queremos saber como vai cumprir?”, diz.

“Ele vai para a imprensa diz que cumpre a lei e não cumpre. O que paga é para o professor de carreira, e a lei diz respeito ao professor que acaba de entrar para o serviço público. Ao salário inicial”, emenda.

Ele explica que desde o ano passado a Prefeitura não fez os reajustes para atualizar o salário dos professores, conforme a Lei do Piso Municipal 5.411/14. “Não pagaram o reajuste de 13,01% em 2015, e não sinalizaram o reajuste de 11,36% deste ano. São dois anos sem reposição do piso”, afirma.

Além disso, ele reclama que não tem conseguido negociar com o Prefeito já que o mesmo não os recebe. “Oficializamos o pedido de reunião na sexta-feira e até agora não obtivemos respostas”, diz.

Sem parecer da prefeitura, nesta terça-feira a categoria fará uma marcha até o Paço Municipal. A concentração será a partir das 7h30, na sede da ACP. O objetivo é buscar um reunião com o prefeito. Caso não sejam recebidos, à tarde está programado uma panfletagem e adesivagem no Centro da Capital. Entre as ruas 7 de setembro, 13 de maio, 14 de julho e avenida Afonso Penna.

Se ainda assim, não forem chamados para reunião, na quarta-feira (16) haverá uma passeata pelo Centro. “Já está organizado. Já oficializamos o pedido junto aos órgãos responsáveis pelo trânsito”, afirma.

apoia manifestação

A Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) está apoiando a manifestação dos educadores municipais. Lucílio conta que se reúne hoje com a Fetems e Simteds (Sindicato dos Trabalhadores da Educação) de todo o interior para organizarem manifestações nas cidades que estão passando pelo mesmo problema.

Em nota, a Federação diz exigir o “cumprimento da Lei Municipal nº 5.411 de 2014, que determina a implantação do Piso por 20 horas, uma bandeira assumida pelo atual prefeito e que logo se tornou apenas promessa de palanque político. Queremos que o Prefeito Alcides Bernal honre com seus compromissos, isso inclui reabrir as negociações com o Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Básica (ACP), respeitar a representatividade desta entidade de luta, prezar pelo diálogo para a construção de saídas que visem o cumprimento das legislações vigentes e a valorização dos professores da nossa capital, ao invés, de expulsar sindicalista de reunião no gabinete”.

A entidade diz ainda estar acompanhado o cenário e denuncia ações que vão desde demissões em massa, falta de material didático e condições adequadas de trabalho.