No Nova Lima e no Noroeste chuva transforma ruas em lagos
Bairros têm problema histórico com pavimentação asfáltica
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Bairros têm problema histórico com pavimentação asfáltica
Em Campo Grande já é comum no cenário de urbanização, a imagem de crescimento desordenado. Bairros se expandem convivendo com a dualidade de condomínios e casas luxuosas, com ocupações precárias. No Jardim Noroeste e no Nova Lima, um dos problemas ganha maior destaque quando as chuvas atingem a capital: a pavimentação asfáltica, ou, nesse caso, a falta dela.
Logo na entrada no Jardim Noroeste, a Rua Vaz de Caminha já indica o que se encontra no bairro mais a frente: ruas sem asfalto e erosões tomando conta.
Maria Lúcia de Aquino, 55, visita, regularmente, o irmão que vive no bairro. “Fica muito difícil vir aqui, você acaba molhando o pé e toda a sua roupa. Hoje mesmo, meu irmão tem carro e não consegue sair porque a valeta é bem funda mesmo”, explica.
Morador da Rua Evaristo da Veiga com a Rua Jordão, Dyonei Ramão Fleitas, 36, é vendedor. Na rua, sem asfalto, um lago se formou. “Alaga tudo, já passou um trator esses dias, promessa já teve de arrumar e muita. O pessoal reclama muito. Antigamente era muito pior”, contou o morador, que já vive no local há seis anos.
Na Rua onde vive Alex Leal de Oliveira, 36, a situação consegue piorar. Isso porque o local registra grande fluxo de caminhões, além de ser rota de ônibus coletivos. O morador, que trabalha com manutenções, já viu diversos acidentes no local.
“O pessoal já fez abaixo assinado pra colocar asfalto aqui e até agora nada. Já passou caminhão de carreta e de lixo aqui e caíram. Quando chove é bem complicado e aqui é perigoso demais”, contou.
Nova Lima
Com 64 anos de vida e 30 morando no bairro, Geraldo Rosa de Oliveira já ‘cansou’ de ouvir as promessas de pavimentar o Nova Lima. O que ele acompanha é o problema ser jogado de administração para administração enquanto a especulação imobiliária se incumbe de expandir o local.
“Essa Rua aqui os dois últimos prefeitos falaram que ia resolver. Aqui não passava nem carro. Quando eu saio com o meu eu saio meio enviesado, sabe? Caiu uma carreta aqui esses dias. Nosso bairro é bom mas é esquecido”, reclama.
Questionado sobre o período eleitoral, que faz com que os candidatos lembrem-se da existência do bairro, Geraldo afirmou que “até agora não veio ninguém e é bom que nem venha”. “Eu quero pagar o meu imposto mas quero ter benefício”, reivindica.
“O Bernal falou que ia asfaltar 22 ruas aqui e nada. Na verdade tinha que ser asfaltado o bairro inteiro, aqui são 8 mil lotes”, complementou o morador da Rua Claudio Manoel da Costa.
Outro local que abre crateras e deixa o trânsito perigoso é a Rua Alberto Veiga. No local, uma mercearia que existe há 12 anos sofre as consequências, já que o problema altera o comércio. Os proprietários são Maria Aparecida, 57 e Nicanor Nunes de Menezes, 64.
“A gente já mora aqui há 28 anos. Já foi muito pior. Estamos pensando essa semana justamente em arrumar aqui”, contou Maria. “Realmente dificulta muito o nosso comércio”, explicou o casal. “Esses tempos o caminhão que traz as mercadorias não conseguiu parar aqui, os carros nem passam nessa rua”.
Então, a desistência: Maria e Nicanor desistiram de acionar as administrações para resolverem o problema. “Nem vamos mais atrás porque é perda de tempo”, concluem.
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