Negociações emperram e PM vê risco de novos confrontos em área ocupada
Até o momento ninguém foi preso
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Até o momento ninguém foi preso
Agravado pelo confronto que deixou um índio morto e seis feridos na semana passada, o clima na região continua tenso e o conflito fundiário em Caarapó, a 273 quilômetros de Campo Grande, parece estar longe de ser solucionado. Os guarani-kaiowá permanecem nas propriedades rurais vizinhas à aldeia Te’ Ýikuê, que ocuparam após o confronto na terça-feira (14), e ruralistas queixam-se de prejuízos. O panorama impede avanço nas negociações, já que os dois lados não têm consenso sobre um lugar para conversarem sobre a situação e a possibilidade de novos confrontos preocupa as autoridades.
Uma fonte ouvida pelo Jornal Midiamax informou que seria realizado um encontro com os caciques na cidade. Mas os indígenas teriam ficado receosos e proposto que a conversa ocorresse na aldeia; dessa vez, foram os ruralistas que desistiram por insegurança. Ambos os grupos queixam-se da Força Nacional, a quem acusam de não garantir a segurança desse eventual encontro.
Diante do impasse, coube ao vereador Dário Ramires, que é indígena, ir até a aldeia para conversar com as lideranças guarani-kaiowá. Essa definição ocorreu depois que o deputado estadual Eduardo Rocha, presidente da Comissão de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas da Assembleia Legislativa, visitou o município na segunda-feira (20).
REUNIÕES EM CAMPO GRANDE E BRASÍLIA
O deputado manteve contato com os proprietários rurais no Sindicato Rural de Caarapó, oportunidade em que foram discutidas as opiniões dos ruralistas e dos indígenas – representados pelo vereador Dário Ramires – sobre o conflito fundiário agravado com a morte do agente de saúde Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, baleado junto com outros seis índios na Fazenda Yvu, ocupada desde domingo (12).
O Jornal Midiamax apurou que foi sugerida uma reunião em Campo Grande e outra em Brasília com a presença de três representantes dos ruralistas e três lideranças indígenas para discutir soluções ao problema enfrentado na região de conflito. Até o momento, no entanto, não há qualquer definição sobre essa proposta.
MAIS CONFRONTO
Enquanto as negociações não avançam, a tensão continua no local. O coronel Carlos Silva, comandante da PM (Polícia Militar) de Dourados, que coordena as ações de policiamento na área de conflito, reconheceu a possibilidade de novos confrontos na região, já que há registros de novas ocupações de propriedades rurais por indígenas.
“Agora estamos numa situação em que os fazendeiros estão muito assustados com os indígenas transitando nas fazendas. São vários grupos e eles não têm uma liderança. É uma situação bastante complicada. Há risco de confronto, mas estamos trabalhando para evitar esse risco”, explicou ao Jornal Midiamax.
Nesta manhã o oficial participou de reunião com ruralistas e o comando da equipe da Força Nacional enviada para o município. O objetivo foi definir uma forma de atuação mais presente na área. “Definimos o perímetro para Força Nacional e PM fazer a segurança e evitar problema. Mesmo com efetivo de 53 homens da Força Nacional, a área é muito extensa. A aldeia tem várias entradas e saídas. A Força vai tentar se fazer presente nos locais que apresentam maior risco”, pontuou.
PERÍCIA
A perícia no local do ataque que deixou um índio morto e seis feridos foi realizada no sábado (18) pela PF (Polícia Federal), conforme apurado junto à Delegacia de Dourados. No lcoal foram coletados cartuchos das armas supostamente utilizadas para balear os indígenas na fazenda Yvu.
O delegado Marcel Maranhão Rosa é quem conduz as investigações. No dia seguinte ao ataque, 15, ele já havia informado ao Jornal Midiamax que cumpriu mandados de busca na fazenda onde ocorreu o crime e em veículos lá estacionados. Alegou, contudo, que não encontrou armas. Na mesma ocasião, o federal disse que colheria testemunhos dos guarani-kaiowá e vídeos por eles gravados. Até o momento, ninguém foi preso ou acusado formalmente pelos crimes.
No dia do ataque, três policiais militares que prestavam acompanhamento aos socorristas do Corpo de Bombeiros foram agredidos e tiveram as armas tomadas por um grupo de índios. O armamento foi devolvido após negociação intermediada pelo MPF (Ministério Público Federal). Também nesse caso, não foram identificados ou punidos os agressores.
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