Pular para o conteúdo
Cotidiano

MPF diz que bala que matou Oziel era da PF e pede improbidade de delegada

Inquérito da PF não chegou ao culpado pela morte
Arquivo -

Inquérito da PF não chegou ao culpado pela morte

Três anos e quatro meses após a morte do índio da etnia Terena, Oziel Gabriel, 35 anos, durante a reintegração de posse na Fazenda Buriti, em , cidade a 80 quilômetros de , o MPF/MS (Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul) chegou a conclusão que tiro que matou o indígena saiu de uma arma da Polícia Federal. 

O inquérito da PF foi concluído em dezembro de 2013 e não apontou nenhum culpado pela morte de Oziel Gabriel. A ação foi considerada desastrosa pelo MPF, que não aceitou a conclusão, realizando outro procedimento de investigação. 

Por meio de nota, o MPF divulgou que vai processar por improbidade administrativa a delegada Juliana Resende Silva de Lima, que deu parecer na sindicância interna da PF, que apurou as possíveis falhas na reintegração de posse. A delegada é esposa de um dos comandantes da operação, o delegado Eduardo Jaworski de Lima, um dos principais interessados no arquivamento. A ação tramita na Justiça Federal de Campo Grande

O MPF aponta que a própria PF concluiu que Oziel Gabriel foi atingido por munição 9 milímetros, marca CBC com encamisamento tipo Gold, de uso exclusivo da Polícia Federal. “Não se sustente que, naquela situação, portando faca, arco e flecha, a cerca de 100 metros de distância do pelotão, o indivíduo apresentava imediato risco de morte, pois, fosse assim, mais da metade dos indígenas seria alvo de ação letal da Polícia. Apesar da conclusão de que o tiro que matou o indígena partiu de uma arma usada pela Polícia Federal, não se obteve sucesso em localizar a munição para identificar o policial autor do tiro, de forma que não restou alternativa que não o arquivamento do inquérito policial nº 0240/2013”, diz trecho do procedimento administrativo destacado pelo MPF. 

Operação desastrada

O MPF concluiu que a operação policial foi fracassada e com erros que resultaram na morte de Oziel Gabriel, sete feridos por arma de foto: quatro policiais, 2 indígenas e um cão militar; nove policiais feridos por pedras e 19 indígenas feridos por bala de borracha, totalizando 36 vítimas. “E todo esse prejuízo com eficácia zero, já que duas horas após finalizada a operação (17 horas), a fazenda foi reocupada”.

MPF diz que bala que matou Oziel era da PF e pede improbidade de delegadaO MPF alega ainda que foi descoberto que o planejamento da Polícia Federal excluiu a participação da Funai (Fundação Nacional do Índio) e do Ministério Público Federal da operação e, que a negociação com os indígenas se limitou a dois minutos. Consta que o efetivo de policiais era pequeno [70 policiais federais], que os agentes foram agredidos pelos indígenas e para revidar, sem armas não-letais, usaram armas letais. 

No ápice da ação, o número de indígenas foi estimado entre 1.500 e 2.000 pessoas. Durante o conflito, houve o acionamento emergencial de uma aeronave e mais 22 policiais militares. Dois policiais federais foram enviados às pressas até a sede da PF, a 80 quilômetros de distância, para buscar mais armamento e munições não letais, que haviam acabado. A espera por reforço foi de cerca de duas horas”.

Consta que após a chegada do reforço, os policiais recuaram os indígenas até a Aldeia Buriti, indo além da porteira da Fazenda Buriti, excedendo os limites do mandado judicial, chegando a manter guarda na frente do acampamento indígena e expulsar indígenas de aldeias vizinhas, em confronto ao que determina a lei. 

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Voo da Azul faz pouso de emergência no Recife após piloto passar mal

Lula sanciona crédito consignado para CLT, incluindo motoristas de app

Bolsa Família

Em dois anos, mais de 5 mil famílias deixam o Bolsa Família em MS após aumento de renda

agepen detentas mulheres

Segunda chance: projeto busca ampliar contratações de egressos do sistema prisional em MS

Notícias mais lidas agora

Maracaju diz que indústria chinesa ‘abandonou’ crédito de R$ 1,4 milhão em ISSQN

‘Fruta do momento’: sítio na Capital produz morango há mais de 2 anos em cultivo orgânico

relatoria tereza nelsinho

Senadores de MS partem para os EUA e ganham destaque na briga contra tarifaço de Trump

Gominho revela por que deixou casa de Preta Gil às pressas: ‘Ninguém expulsou’

Últimas Notícias

Política

Lula vem a Mato Grosso do Sul para discutir reforma agrária na fronteira com o Paraguai

Estão previstas possíveis agendas em Ponta Porã, Antônio João e Dourados

Famosos

Natural de MS, filho do Rei da Pornochanchada é capa da nova G Magazine

Oswaldo Cardoso é o primeiro nome da nova publicação da revista erótica G Magazine; modelo é filho de David Cardoso, o Rei da Pornochanchada

Cotidiano

Vacinação contra Influenza acontece neste final de semana em shopping de Dourados

Atendimento acontece das 14h às 20h, tanto no sábado quanto no domingo

Mundo

EUA: Avião faz manobra no ar para evitar colisão, e dois ficam feridos

Aeronaves chegaram a ficar a 7,78 quilômetros de distância uma da outra