Clínicas dispensam pacientes adultos por falta de doses

Os telefones não param e os pacientes chegam a todo momento nas clínicas particulares de vacinação de Campo Grande. Apesar da procura excessiva pela vacina trivalente, que protege contra os vírus H1N1, H3N2 e Influenza B (subtipo Brisbane), oferecida na rede pública apenas para os grupos de risco, já não existem doses disponíveis para compra na Capital.

Nas clínicas particulares as vacinas começaram a ser distribuídas na primeira semana de abril de 2016.

As doses que, em situação comum, seriam suficientes para atender a demanda anual, não suportou dois meses de distribuição e isso, segundo especialistas, deve-se ao aumento de casos de H1N1 em Mato Grosso do Sul, que já somam 19 mortes provocadas pela doença, além de, um óbito causado por influenza B.

Mortes por gripe A provocam correria e falta vacina até nas clínicas da CapitalMédica pediátrica e representante da Sociedade Brasileira de imunização, Ana Carolina Anderson Nasser Penaforte, responsável por uma clínica particular de vacinação explica que os laboratórios não estão conseguindo abastecer as clínicas. Segundo ela, a estimativa feita para distribuição de vacinas em 2016 foi inferior à demanda.

“No ano passado solicitamos cerca de oito mil doses e descartamos 500 vacinas. Neste ano pedimos cinco mil doses de trivalente, duas mil de tetravalente e oito mil de quadrivalente e não foi suficiente. Sobraram apenas 500 pediátricas”, relata.

Deise Sinésio, diretora comercial de outra clínica particular de vacinação, diz que pediu em torno de sete mil doses, no entanto, conseguiu apenas 3.200. “Houve um surto de H1N1 em São Paulo e os laboratórios descentralizaram a distribuição para atender a região. Com isso não consegui receber o que pretendia”, afirma.

Sem conseguir adquirir as vacinas, os pacientes são dispensados diariamente. “Ano passado recebemos 2.500 doses e descartamos 800, mas neste ano, se tivesse conseguido o que eu pedi, teria vendido tudo”, destaca.

A diretora comercial explica ainda que o aumento de casos está relacionado a falta de prevenção. “Os laboratórios trabalham com estatística, mas toda a população que não está nesta estimativa decidiu se vacinar. Além de comprometerem a saúde pública, eles exploram o mercado. A epidemia só acontece porque existe grupo que não se previne”, observa.

 Aline Machado/Midiamax

Não é possível estimar a quantidade de doses distribuídas nas clínicas de vacinação particulares de Campo Grande, no entanto, uma pesquisa feita pela equipe de reportagem do Jornal Midiamax mostra que não há mais imunização disponível para adultos. Em cinco clínicas pesquisadas, há apenas vacinas pediátricas.

O problema atingiu também a rede pública de saúde. A Campanha de Nacional de Vacinação teve início no dia 30 de abril e nas primeiras semanas, as doses enviadas para os municípios não foram suficientes para atender a demanda dos grupos de risco, ou seja, como idosos a partir de 60 anos, crianças entre seis meses a cinco anos de idade, gestantes e mulheres que tiveram o parto há até 45 dias.

Sintomas e cuidados

De acordo com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), os sintomas da doença são: febre, tosse, dor de garganta e dores nas articulações, musculares ou de cabeça. Ao apresentar esses sinais, a SES orienta que a pessoa procure atendimento médico.

Veja algumas orientações da para diminuir a circulação dos vírus –

Higienizar as mãos com frequência; utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; não partilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal; evitar aperto de mãos, abraços e beijo social; reduzir contatos sociais desnecessários e evitar, dentro do possível, ambientes com aglomeração; evitar visitas a hospitais; ventilar os ambientes.

Dicas para pacientes com suspeita de H1N1 –

No portal do Ministério da Saúde também é possível encontrar orientação para impedir a disseminação do vírus. Evitar o contato próximo com outras pessoas; cobrir o nariz e a boca com lenço descartável ao tossir ou espirrar; descartar o lenço em recipiente adequado para resíduos, imediatamente após o uso; lavar as mãos frequentemente, principalmente após tossir ou espirrar; evitar tocar olhos, nariz e boca; evitar tocar em superfícies como maçanetas, mesas, pias e outras; não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.