Alguns moradores sequer têm documentos para entrar com a ação

Para tentar ganhar prazo, ou até mesmo suspender a ordem de reintegração de posse, oficializada na quinta-feira (5) passada pela Justiça, moradores da favela do Noroeste tentam uma reunião com o prefeito Alcides Bernal (PP). Cerca de 90 famílias residem na área invadida. A ação foi movida pela Energisa.

De acordo com o advogado Alexandre Oliveira, que atua de forma voluntária para a comunidade, a reunião seria uma forma de a comunidade expor suas dificuldades e tentar sensibilizar o Executivo a não cumprir de imediato a reintegração. “Solicitamos audiência com o prefeito para ver se ele ouve a população e se disponibiliza uma área para eles irem, pois não tem para onde ir”, afirma.

Ele frisa que todos que estão ali, na área invadida, estão por não terem para onde ir. “Precisam de prazo para poder encontrar um novo lugar. Ou vão para beira da pista, ou vão virar indigente. São pessoas totalmente marginalizadas pelo Estado, sem assistência nenhuma”, critica.

A dificuldade é tenta expõe Alexandre. Que até a defesa que ele encaminharia ontem (11) para a Justiça, não pode ser enviada, porque alguns moradores sequer têm documentos. “Falta documentos de alguns. Tem gente que perdeu os papéis em enchentes, em situações contraditórias e não tiveram como pagar a segunda via, que custa cerca de R$ 90,00. nem para isso eles têm”, pontua.

O caso

Na última quinta-feira (5), os moradores foram surpreendidos por um oficial de Justiça que anunciou a ordem de retirada das famílias. A ação foi movida pela Energisa.

Na mesma data, cerca de 60 moradores fecharam a BR-163, que dá acesso ao bairro. O bloqueio começou às 13 horas e terminou por volta das 17 horas, depois que lideranças se reuniram com o ex-secretário de governo, Paulo Pedra, que orientou os manifestantes a procurarem auxílio jurídico.