Líquido corre do lixão em área próxima ao Anhanduí
Catadores que moram próximo ao aterro sanitário de Campo Grande reclamam da quantidade de chorume no entorno do local. O ‘rio de chorume’, que percorre quase um quilômetro, tem cheiro é forte e a proximidade com o Rio Anhandui preocupa moradores e autoridades pelo risco de contaminação.
A equipe de reportagem do Jornal Midiamax encontrou saída de chorume, liquido resultado da decomposição da matéria orgânica, em vários pontos do aterro. Em vídeo gravado é possível ver a montanha de lixo ao fundo.
Um catador, que não quis se identificar, denunciou o caso a equipe. “Estava passando aqui ontem, ouvi um barulho de água, quando fomos ver era o chorume, tinha um monte de urubu em volta”, disse. Segundo ele, não há mais animais no local. “Nós fomos pescar ontem, e não achamos nada, além de peixes mortos”, cita.
A defensora pública Olga de Lemos Cardoso, que esteve nesta manhã no local junto com o vereador Eduardo Romero (Rede), disse que vai acionar o MPF (Ministério Público Federal) sobre o caso. “Nós vamos preparar um ofício para que o MPF investigue o caso. Há muito material reciclável sendo todo descartado junto com o comum. Alguns catadores estiveram junto com a gente no aterro hoje de manhã e viram, garrafas pet, fios de cobre, tudo junto com o orgânico”, afirma.
Para Romero, o vazamento é preocupante para o meio ambiente e para a população. “Há vários vazamentos de chorume direto para o lençol freático, ou até mesmo chegando para o córrego, sem passar numa lagoa de tratamento antes. Isso é grave, porque contamina solo, contamina água, vegetação e inclusive as pessoas”, diz.
De acordo com o engenheiro agrônomo, que trabalha com Recursos Hídricos, Felipe Augusto Dias, a grande quantidade de material é extremamente prejudicial à qualidade do meio ambiente. “Quanto maior a quantidade de chorume, maior o prejuízo. A alta carga de material diminui o oxigênio e polui o solo. Esse liquido ele pode migrar para aqüífero”, explica.
Segundo ele, a solução em um aterro sanitário seria um sistema específico de tratamento do chorume. “Esse material iria para um sistema e não ser jogado diretamente no entorno, precisa ser tratado para evitar que produza um material tóxico”.
Ainda de acordo com o catador, na época em que eles trabalhavam no local não havia tanto chorume. “O problema é o acúmulo de muito material. Eles não dão conta de processar tanto material“, explica o catador, que se refere a saída deles do antigo ‘lixão’, onde recolhiam os materiais recicláveis.
Os catadores denunciam que uma grande quantidade de materiais recicláveis chega junto com os materiais orgânicos. “Junto tudo lá”, diz ele.
A equipe de reportagem entrou em contato com a Prefeitura, que informou que a Divisão de Fiscalização e Monitoramento Ambiental da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) vai fiscalizar o local para solucionar a situação.
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