Estado ainda não cumpriu determinação da Justiça

Falta de vagas nos hospitais de Mato Grosso do Sul continua entre um dos principais problemas na saúde pública do Estado. Exemplo disso é o caso do paciente Daniel Weber Calandreli, de 23 anos. Ele é renal crônico e sofre de síndrome de Fournier, doença rara caracterizada por infecção bacteriana que afeta a região genital e provoca a morte das células. Mesmo com ordem judicial destinada ao Estado, o paciente espera há 12 dias pela oportunidade de realizar a remoção do tecido atingido pela doença.

Irmã de Daniel, a enfermeira Jaqueline Calandreli, de 29 anos, diz que o procedimento cirúrgico é necessário para impedir que a bactéria se alastre e piore o quadro de saúde do paciente. “Sabemos que meu irmão depende disso e não temos o que fazer. Tudo o que poderíamos, já fizemos. Temos a ordem judicial que obriga o Estado a disponibilizar a vaga, mas até agora nada”, destaca.

Daniel mora em Coronel Sapucaia e está há 12 dias internado no Hospital Regional Doutor José de Simone Neto, em Ponta Porã, onde faz tratamento de hemodiálise e passou por uma remoção superficial do tecido.

“As chances iniciais eram de 50% e a cada dia que passa isso diminui. Estou desesperada e de mãos atadas”, frisa.

Jaqueline diz ainda que o hospital não tem condições de oferecer o tratamento que Daniel necessita. “Eles não têm nem a medicação que precisamos. Não temos como levá-lo para um hospital particular. Ficaria muito caro e não temos esse dinheiro. Nosso pai passou o Dia dos Pais chorando porque não temos o que fazer”, lamenta.  

Na decisão assinada na última sexta-feira (12), a juíza determina que o Estado forneça medicação adequada ao paciente, além de, consulta e avaliação com cirurgião especialista. A multa é de R$ 5 mil por dia de descumprimento. 

A assessoria de comunicação da SES (Secretaria de Estado de Saúde) diz que foi informada nesta segunda-feira (15) e que está verificando com a situação com a Secretaria Municipal de Saúde de Dourados, que deve atender pacientes da região. 

Mesmo com ordem judicial, paciente com doença rara espera consulta