Documento foi feito por engenheiro contratado pelo Governo do Estado

O Governo do Estado divulgou nesta segunda-feira (25), informações sobre o laudo técnico que aponta as causas da queda em ‘efeito dominó' da ponte sobre o rio Santo Antônio, na MS-382, em Guia Lopes da Laguna, cidade a 228 quilômetros de Campo Grande.

Conforme o parecer técnico realizado pelo engenheiro civil, contratado em caráter de emergência, Carlos Portugal, a ruína total da ponte ocorreu por conta de um fenômeno conhecido como colapso progressivo.

Baseado em considerações técnicas como o fato da ponte ser considerada tecnicamente curta o que provocou uma erosão do aterro, a própria erosão deslocou a cortina (elemento estrutural para contenção do aterro) o que levou a instabilidade da ponte.

O laudo ainda aponta uma série de falhas, sendo uma das principais, a precariedade nos apoios das vigas da superestrutura (composta de elementos denominados superiores como transversinas, viga de apoio e laje) sobre as travessas e a falta de eficiência na solidarização transversal das mesmas, ou seja as travessas não ‘trabalharam' de forma única na estrutura da ponte, o que também comprometeu sua instabilidade diante de qualquer intercorrência. 

A análise do projeto também indicou que a durabilidade da ponte estaria comprometida, pois os tirantes das cortinas e as estacas metálicas do pórtico na calha do rio estavam sem a proteção necessária, o que é previsto em normas técnicas.

Em nota, o diretor-presidente da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) Marcelo Miglioli afirmou que diante do projeto falho e do prejuízo R$ 1,3 milhão com a queda de uma única ponte, será realizada uma auditoria técnica sobre todas as outras que possuem o mesmo projeto. “Vamos contratar uma consultoria e já estamos analisando a forma de contratação, pois temos que fazer isso o mais rápido possível”.

Investigação

A estrutura da ponte desabou no último dia 2 janeiro e foi filmada por moradores do local. O vídeo em que a ponte cai em ‘efeito dominó' se espalhou pela internet. A ponte foi inaugurada em abril de 2012, com investimentos do Ministério da Integração Nacional no valor de R$ 30 milhões, e que contemplou a reconstrução 37 pontes de madeira danificadas pelas chuvas do ano de 2011.

A empresa Wala, investigada na Operação Lama Asfáltica foi quem construiu a ponte, que também é conhecida como ‘Ponte do Cemitério'. Consta no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul do dia 11 de julho de 2011, que a Wala Engenharia LTDA fez a obra por R$ 1.252.913,52. De acordo com as investigações da Lama Asfáltica, a Proteco Construções Ltda contratava subempreiteiras como a Wala, para realizarem os serviços.